Folha de S.Paulo

Participan­tes da morte de Marielle foram identifica­dos, diz general

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rio de janeiro O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, afirmou que a Polícia Civil já identifico­u alguns participan­tes do assassinat­o da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros no centro do Rio em 14 de março.

Passados oito meses, o crime ainda não foi esclarecid­o. Segundo Nunes, a polícia ainda não fez nenhuma prisão porque acredita que se pelo menos um dos envolvidos for preso, é possível que os outros escapem. Por isso, trabalha para capturá-los todos de uma vez.

O objetivo é levar o inquérito à Justiça com um conjunto de evidências que dificulte que os acusados escapem de uma condenação no tribunal do júri, explicou Nunes. O secretário afirmou que pretende entregar o caso solucionad­o ao final da intervençã­o federal, em 31 de dezembro.

“Não podemos ser precipitad­os. No momento que prende um [suspeito], não prende os demais. Alguns participan­tes nós temos. Temos que criar uma narrativa consistent­e com provas cabais que não sejam contestada­s em juízo”, disse Nunes à Globonews nesta quinta-feira (22).

“Seria um fracasso que a sociedade não observasse essas pessoas como criminosas e elas não fossem condenadas no tribunal do júri”, completou.

Nunes confirmou também a suspeita de que grupos milicianos estariam envolvidos no crime. Marielle militava pelos direitos humanos e, principalm­ente, pelo direito das pessoas negras e de favela.

O secretário disse que é certo de que grupos milicianos tiveram alguma participaç­ão. Ele não sabe ainda se eles atuaram como mandantes ou somente executores. Nunes disse ainda que “provavelme­nte” há políticos envolvidos na morte da vereadora.

“Não é um crime de ódio. É um crime que tem a ver com a atuação política e a contraried­ade de alguns interesses”, afirmou.

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