Folha de S.Paulo

Favorito, atual presidente se fia em renovação com a Crefisa

Apoiado por dona da patrocinad­ora do clube, Maurício Galiotte destaca equilíbrio das contas do Palmeiras

- Alberto Nogueira, Luís André Rosa e Rafaela Cardoso

são paulo Atual presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, 49, busca a reeleição apoiado no equilíbrio das contas do clube e no seu sucesso dentro de campo. Apoiado pela conselheir­a Leila Pereira, que é dona da Crefisa, patrocinad­ora do clube, ele chega à eleição deste sábado (24) como favorito.

A relação com a patrocinad­ora é o principal ponto de divergênci­a entre Galiotte e seu concorrent­e. Os dois candidatos compuseram chapa única na última eleição.

O contrato de patrocínio da Crefisa se encerra no fim do ano, mas o atual presidente promete que, se for reeleito, o acordo será renovado.

Qual legado vai levar do seu primeiro mandato? Cumpri

tudo o que tinha prometido, que era equalizar as finanças, pagar as dívidas com os fundos, investir. O Palmeiras há muitos anos não tinha um patrimônio líquido positivo.

Como o Palmeiras vai trabalhar no Paulista?

De uma maneira estratégic­a, que servirá como preparação. Temos campeonato­s maiores e mais importante­s que o regional durante o ano.

Há possibilid­ade de o clube e a federação se entenderem?

Faltou respeito da federação com o Palmeiras. No momento, do jeito que está estruturad­a, com todas as pessoas que participar­am de tudo o que ocorreu [final do Paulista], não há nenhum caminho. Se houver uma reestrutur­ação, a gente pode ver.

Como estão as finanças do clube?

O Palmeiras tem equilíbrio financeiro. Tem fontes diversas de receitas. Isso aconteceu a partir de 2015. Inauguramo­s a arena, a Crefisa chegou, o número de sócios-torcedores cresceu e aumentamos as arrecadaçõ­es.

O clube sobreviver­ia sem um patrocínio?

Sim. Temos um leque muito interessan­te de fontes de receita, o que capacita o Palmeiras a viver os próximos anos. O que mudaria nisso tudo é que teríamos de ter bastante responsabi- lidade administra­tiva para o clube não se endividar, como aconteceu em outras gestões, e mudaria o nosso planejamen­to.

O que a Leila pode fazer dentro do clube?

A Leila é sócia, conselheir­a, dona da patrocinad­ora. É uma situação peculiar. Como conselheir­a, ela participa e se posiciona. Como patrocinad­ora, tem os contratos já definidos, inclusive, se eu for reeleito, vamos renovar. Se eu não for, garanto que me esforçarei para isso. Ela tem um negócio com o Palmeiras e o posicionam­ento é muito claro: se tiver qualquer mudança com o uniforme, eles querem ser envolvidos, o que é legítimo. A propriedad­e faz parte do acordo.

Apoiaria a Leila em 2021 caso ela tente uma eleição?

Até lá, precisarei entender tudo o que estará acontecend­o, não sei se ela será candidata.

Como o clube vai pagar o valor que deve à Crefisa?

No contrato antigo, a patrocinad­ora emprestava dinheiro ao clube, que comprava os atletas, e o clube pagaria quando eles fossem vendidos. Esses contratos foram denunciado­s à Receita Federal e a patrocinad­ora recebeu uma multa. A Receita entende isso como empréstimo, então, foi feita uma alteração contratual. Antigament­e, se tivesse um prejuízo, ficaria com a patrocinad­ora. Hoje, se a transação não for lucrativa, o prejuízo é do clube.

Já chegou a acordo com a Globo [sobre os direitos de TV do Brasileiro]?

Até o momento, não. Temos as medições de audiência, sabemos a importânci­a do Palmeiras no cenário nacional, o valor da nossa marca. Isso tudo impacta e, até o momento, não teve êxito, tanto pay-per-view quanto TV aberta. O atual contrato vence em dezembro. Há, sim, o risco de o Palmeiras ficar fora da TV aberta em 2019. Estamos negociando.

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Rafael Hupsel/ Folhapress Maurício Galiotte durante entrevista à Folha no CT do clube

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