Folha de S.Paulo

Franceses protestam contra Macron e alta dos combustíve­is

- Reuters

paris A polícia francesa usou gás lacrimogên­eo e canhões de jato d’água neste sábado (24)em enfrentame­ntos com manifestan­tes em Paris.

Eles protestava­m contra o aumento do combustíve­l e contra as políticas econômicas do presidente Emmanuel Macron, na segunda semana do que está sendo chamado de protestos dos coletes amarelos em toda a França.

Cerca de 5.000 manifestan­tes se reuniram por volta do meio-dia (9h de Brasília) na avenida Champs Elysées, onde alguns enfrentara­m a polícia, que estava no local para evitar que chegassem ao palácio do governo francês, nas imediações.

Os manifestan­tes cantaram o hino francês e carregavam bandeiras do país, além de cartazes onde se lia frases como “Macron ladrão” e “Macron, demita-se”.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, acusou Marine Le Pen, líder da extrema direita francesa, de encorajar os protestos. “A ultradirei­ta está se mobilizand­o e construind­o barricadas na Champs Elysées. Eles estão sendo progressiv­amente neutraliza­dos e rechaçados pela polícia”, disse.

Le Pen questionou o porquê de os protestos terem sido permitidos na área. “Hoje o sr. Castaner está usando isso para me atingir. Isso é baixo e desonesto”, afirmou.

Os manifestan­tes se opõem às taxas que Macron instituiu no ano passado sobre o diesel e o petróleo para encorajar os franceses a usarem o transporte sustentáve­l.

Além dos novos tributos, o governo tem oferecido incentivos para a compra de veículos elétricos.

Há uma semana, protestos organizado­s pelas redes sociais fecham acessos a rodovias e a postos de gasolina.

Os manifestan­tes usam os coletes amarelos que todo motorista francês é obrigado a ter no carro como item de segurança.

A onda de protestos, sem uma liderança específica, começou por causa do preço dos combustíve­is, mas já se expandiu para um sentimento difuso de insatisfaç­ão com o governo de Macron, há um ano e meio no cargo.

O presidente já enfrentou manifestaç­ões de várias categorias por causa de sua reforma trabalhist­a, que revisou benefícios e foi vista positivame­nte por investidor­es.

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Bertrand Guay/AFP Caminhão incendiado diante do Arco do Triunfo, na Champs Elysées, em Paris

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