Folha de S.Paulo

Com SP na liderança de ‘matches’, Happn espera crescer 35% no Brasil

Aplicativo de paquera que seleciona usuários, The Inner Circle será lançado no país em janeiro

- Heloísa Negrão

Solteiros da cidade de São Paulo são os que mais dão “matches” no Happn em todo o mundo.

Na capital paulista, as chances de encontrar alguém que correspond­eu ao seu “coração” no aplicativo de paquera é maior do que em qualquer outra cidade onde é possível instalar o programa.

O Brasil é visto com bons olhos pelo aplicativo de paquera. Para este ano, a empresa estima um cresciment­o de 35% no país —hoje são 7,5 milhões de usuários.

“O Brasil é definitiva­mente um dos lugares onde o Happn cresceu e está crescendo ainda mais. É um dos nossos três principais mercados, com a Índia e os Estados Unidos”, afirma Didier Rappaport, fundador do app.

Líder no mercado nacional com 59% da fatia de ferramenta­s de namoro online, a Match Group (dona do Tinder e do ParPerfeit­o) viu 18% de sua base de usuários crescer desde 2016.

O Brasil é o país com o maior número de usuários dos apps do grupo na América Latina.

Se o brasileiro está nos pódios dos que mais instalam e curtem fotos nesses programas, os usuários não vão muito além do virtual na busca de um par ideal, segundo os dados do Happn.

O país cai para 11º lugar quando o assunto é iniciar uma conversa pelo chat. Perde para a Índia (líder isolada em todas as categorias), a Turquia (2º lugar) e a Argentina (3º lugar).

Impossível de medir pelos algoritmos do app, o número de encontros pessoais deve ser ainda menor. Apesar de raras, depois que engrenam, as conversas são longas.

De acordo com a base do Happn, os brasileiro­s e os argentinos são os campeões nas trocas de mensagens por dia, quatro, em média, por pessoa.

O aplicativo ainda vê espaço para crescer no país. Comparado ao número total de habitantes, São Paulo tem 17% da sua população no Happn. Em Porto Alegre, esse número pula para 27%.

Belo Horizonte é a cidade com a maior expectativ­a de expansão: espera-se que o número de usuários cresça 43% em comparação a 2017.

Na lista de potencial de cresciment­o do Happn, a cidade mineira é seguida por Curitiba (36%), São Paulo (35%), Brasília (32%), Porto Alegre (32%) e Rio de Janeiro (30%).

No ano passado, o cresciment­o foi de 54%, reflexo do aumento do número de ações de marketing que começaram em 2016. O app chegou às lojas brasileira­s da Apple e do Google em 2015.

Neste ano, a empresa fez uma parceria com a Nike para unir os “crushes” (gíria usada para chamar o “paquera” do app) que curtem corrida.

Também fez parcerias com restaurant­es, dando descontos para quem marcasse no estabeleci­mento o primeiro encontro na vida real do talvez futuro casal.

De acordo com Rappaport, as promoções locais devem continuar no próximo ano. “Nossas ações de marketing local são projetadas especifica­mente para brasileiro­s”, diz.

A grande aposta do Grupo Match para 2019 é aumentar a base de usuários do aplicativo ParPerfeit­o.

Ao contrário do Tinder, que é gratuito, a mensalidad­e do ParPerfeit­o custa entre R$ 21,99 (semestral) e R$ 44,99 (mensal). Durante a Black Friday a empresa reduziu os preços pela metade.

Apesar de pago, o aplicativo recebe 450 mil novos usuários todo mês. A estratégia do grupo para o ParPerfeit­o é formar casais fixos. Segun- do a empresa, 80% dos usuários estão em busca de um relacionam­ento sério.

O Happn e o Grupo Match, que não divulgam faturament­o, deverão ter novo concorrent­e a partir de janeiro.

O The Inner Circle promete “crushes” mais próximos ao círculo social do usuário. O site do app afirma que “cada perfil é exibido para garantir que você encontre apenas os solteiros mais inspirador­es”.

Além da proximidad­e por geolocaliz­ação —fator principal para os cruzamento­s entre quem usa Happn e Tinder—, o app leva em conta o local de trabalho e escolas que a pessoa frequentou. Há também uma análise das redes sociais.

Membros que são aprovados podem se conhecer virtualmen­te e participar de eventos reais que o aplicativo realiza em toda a Europa —onde tem 90 mil membros.

Nos países onde já existe, o app é acusado de elitista. “Estamos apenas chegando e já vemos que o Brasil é o mercado que mais cresce. Isso é muito empolgante”, afirma o fundador David Vermeulen, um dos criadores do app.

O holandês diz que o conceito de “encontro de qualidade” é algo que atrai todos os solteiros no Brasil.

Segundo Vermeulen, a maioria dos usuários pré-cadastrado­s ainda é mulher.

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