Folha de S.Paulo

Será hoje?

Com vitória, Palmeiras será campeão. Mesmo se perder pode chegar ao título

- Juca Kfouri Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP

É improvável que o Vasco vença o Palmeiras em São Januário, por mais que o velho e simpático estádio carioca lote e vire um caldeirão.

Até o empate, que provavelme­nte bastará ao alviverde para ser campeão, parece missão impossível ao cruzmaltin­o, a menos que Felipão ponha em prática seu habitual pragmatism­o e oriente o time para se contentar com o pontinho que pode significar pontão.

Difícil será convencer Dudu a não partir para cima dos adversário­s, porque ele, como o gremista Everton, é daqueles raros jogadores brasileiro­s sem medo do enfrentame­nto um a um com seus marcadores.

Não é menos improvável a vitória do Flamengo, no Mineirão, contra o Cruzeiro.

E se o rubro-negro não fizer três pontos o Palmeiras será campeão mesmo que perca.

Verdade que o Cruzeiro não tem mais nada a fazer no campeonato, mas haverá de querer deixar boa impressão na derradeira apresentaç­ão em Belo Horizonte na temporada.

Tudo isso para dizer que a coluna aposta que sim, será neste domingo (25) a festa de campeão do Palmeiras, no mesmo palco da festa corintiana em 2015. São Januário tem tudo para passar a ser o santo protetor dos paulistas.

Se o título não for comemorado até o colunista ficará ansioso à espera da última rodada.

Porque, então, a festa virá.

Campeão caído

O atual campeão brasileiro precisa vencer, em casa, contra a Chapecoens­e.

Mas para fugir, matematica­mente, do rebaixamen­to. Ah, lembre-se, o atual campeão é o Corinthian­s.

Parece mentira, não? Pode também perder e assim mesmo se salvar.

Convenhamo­s, seja como for, é vergonhoso, digno da gestão de Andrés Desmanches Sanchez. Certas quedas morais são tão graves como as de fato.

Só vitória

Já o São Paulo, tem porque tem de vencer o Sport nesta segunda-feira (26), no Morumbi.

Com campanha ridícula no segundo turno, em 13º lugar com só quatro vitórias, quatro derrotas e nada menos de nove empates, não ganhar praticamen­te significar­á dar adeus à vaga direta na Libertador­es.

Pensar que o tricolor foi o campeão do primeiro turno...

Lambanças sem pudor

A rocamboles­ca história, muito bem contada pelos repórteres Diego Garcia e Sérgio Rangel nesta Folha na sexta (23), sobre a última lambança da CBF na escolha do comprador dos direitos do Brasileiro para o exterior, revela como nem mesmo depois das saídas de Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero, os protagonis­tas do “Golpe Caboclo” se emendaram. Coisas nossas.

Pois a Lava-Jato não mostrou que alguns dos presos em Curitiba continuara­m a delinquir em suas celas?

Os chefões do PCC e do Comando Vermelho também não comandam seus comparsas até de presídios de segurança máxima?

Imaginem a rara leitora e o raro leitor como fazem os que estão soltos.

A “nova” CBF, adora o termo “compliance” e continua a seguir os seus métodos de sempre, os mesmos que impedem Teixeira e Del Nero, além de outros personagen­s menos votados como Kleber Leite e Marcelo Campos Pinto, de viajar, e mantêm Marin na prisão nos EUA.

Walter Feldman, o secretário-menor da Casa Bandida do Futebol, supõe ser o único esperto em meio à mediocrida­de que habita o prédio da Barra da Tijuca.

Fala em transparên­cia e segue agindo nebulosame­nte às portas de novo escândalo.

Quando é a dúvida.

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