Folha de S.Paulo

Fundo imobiliári­o da União tem falhas, dizem advogados

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

A licitação de um fundo de investimen­to imobiliári­o lastreado em imóveis da União é vista com bons olhos pelo setor privado, mas há fragilidad­es no texto colocado em consulta pública na última quarta (21), segundo advogados.

A minuta prevê que um terceiro administre uma carteira de 104 imóveis avaliados em R$ 383,161 milhões.

“A ideia de criar um fundo é extremamen­te válida, mas da forma como foi publicada, toda a estrutura pode se tornar inócua”, segundo Eduardo Herszkowic­z, sócio do escritório Cescon Barrieu.

Entre as preocupaçõ­es estão a necessidad­e das decisões passarem por um comitê, que deverá incluir indicados pelo governo, e o prazo de dois anos, que é considerad­o curto para que sejam apresentad­os resultados satisfatór­ios, diz ele.

“Os administra­dores do fundo vão ter de olhar cuidadosam­ente a lista de imóveis porque prédios públicos não necessaria­mente têm registro, diferentem­ente de particular­es”, diz Ivana Coelho Bomfim, sócia do Machado Meyer.

Todos os questionam­entos serão analisados e decididos após a consulta pública, segundo Sidrack Correia, à frente da SPU (Secretaria do Patrimônio da União).

“A situação dos imóveis é muito bem resolvida. Fizemos vários estudos [ao montar a lista] e eles se encontram em normalidad­e jurídica e documental, sem pendências com registros”, afirma.

“O governo se inspirou em estruturas existentes no mercado privado.” A SPU prepara novas medidas para reduzir o montante pago em aluguéis — há uma negociação com a Caixa para criar fundos, diz ele.

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