Folha de S.Paulo

Nos EUA, Eduardo Bolsonaro quer estreitar laço

- Júlia Zaremba

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSLSP) teve uma agenda cheia em seu primeiro dia nos Estados Unidos, que incluiu uma visita ao Departamen­to de Estado, uma palestra em um think tank e um jantar em um dos hotéis de Donald Trump.

O congressis­ta afirmou que a viagem representa um esforço para “resgatar a credibilid­ade brasileira” nos EUA.

“A gente veio aqui para dar os primeiros passos”, afirmou para jornalista­s em Washington, em frente ao American Enterprise Institute, grupo de estudos conservado­r onde participou de almoço.

“Dizer que o novo governo está disposto não só a fazer comércio como também cooperar em diversas outras áreas”, completou, sem especifica­r quais seriam.

O filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, que estava acompanhad­o de Filipe Martins, secretário de assuntos internacio­nais do PSL, disse ainda que “as coisas vão mudar e muito”, graças ao perfil do futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Para um grupo de cerca de 30 pessoas, entre membros de institutos e do governo, o deputado falou sobre Venezuela, fortalecim­ento das relações entre Brasil e EUA e direitos humanos, segundo Martin Rodil, um dos participan­tes.

Uma possível intervençã­o militar na Venezuela não foi apontada como alternativ­a para a solução da crise no país vizinho, segundo Rodil e uma outra pessoa que participou do encontro. Uma das alternativ­as seria aplicar sanções ao regime de Maduro.

Quando o tema direitos humanos surgiu na conversa, o parlamenta­r procurou destacar que o pai está comprometi­do em respeitá-los, seguindo padrões internacio­nais, ainda de acordo com Rodil.

Durante a manhã desta segunda, o parlamenta­r se encontrou com Kimberly Breier, nova secretária-adjunta e Estado para o Hemisfério Ocidental.

O deputado escreveu em uma rede social que os dois tiveram “conversa produtiva sobre áreas em que o Brasil e EUA podem cooperar”.

Filipe Martins escreveu em outra rede que os assuntos tratados foram “investimen­tos, segurança regional e outras áreas de cooperação”.

Breier, que foi aprovada para o posto pelo Senado em outubro, elogiou Jair Bolsonaro pela sua postura em relação ao Mais Médicos. O governo de Cuba anunciou o fim da participaç­ão no programa em 14 de novembro, após o presidente questionar a qualificaç­ão dos médicos e propor uma modificaçã­o no acordo.

“Ótimo ver o presidente eleito Jair Bolsonaro insistir para que médicos cubanos no Brasil recebam seus salários justos, em vez de deixar que Cuba receba a maior parte para os cofres do regime”, escreveu a secretária-adjunta em uma rede social.

Durante a tarde, o deputado foi também a reuniões com representa­ntes do vice-presidente, no Conselho de Segurança Nacional e no Departamen­to de Comércio.

Ele foi recebido ainda pelo secretário-geral da OEA (Organizaçã­o dos Estados Americanos), Luis Almagro, e pelo subsecretá­rio do Tesouro para Assuntos Internacio­nais, David Malpass.

Já o jantar, marcado para as 19h (22h, no horário do Brasil) no Trump Internatio­nal Hotel, teve entre seus convidados a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders.

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Reprodução/Twitter Eduardo Bolsonaro posa ao lado da secretária-adjunta de Estado dos EUA Kimberly Breier

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