Entidade pede que príncipe saudita seja preso ao chegar
Antes de reunião nesta terça-feira (27), clube fez pedido ao tribunal para ser declarado campeão
O Human Rights Watch fez um pedido à Justiça argentina para que prenda o príncipe saudita Mohammed bin Salman, assim que ele desembarque na Argentina para participar do G20
O pedido se baseia em alegações de que o príncipe teria cometido abusos durante a intervenção militar no Iêmen e de que estaria envolvido no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
A causa foi acolhida pelo juiz federal Ariel Lijo. A vinda de Mohammed bin Salman já estava sendo alvo de questionamentos ao governo argentino e havia protestos marcados contra o príncipe.
O Human Rights Watch também está tentando fazer uma ponte com organizações de direitos humanos na Argentina para pressionar a Justiça local.
Irritado com o Boca Juniors, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, vai pressionar para que a Libertadores deste ano seja decidida dentro de campo.
A Folha apurou com um dirigente da entidade sul-americana que Domínguez pretende fazer com que o mandatário do clube, Daniel Angelici, desista de ação no tribunal da confederação. Eles têm reunião marcada para esta terça (27), às 11h (de Brasília), em Luque, no Paraguai.
O presidente do River Plate, Rodolfo D’Onofrio, também estará presente.
A contrariedade de Domínguez é porque duas vezes, uma no sábado (24) e outra no domingo (25), Angelici e D’Onofrio deram as mãos no que deveria ter sido um acordo de cavalheiros: a final da Libertadores seria adiada, mas acabaria resolvida dentro de campo.
Apesar do acerto verbal, o Boca Juniors entrou com ação na comissão disciplinar da Conmebol pedindo os pontos da partida e o título.
A equipe se apoia no artigo 18 do código disciplinar da entidade. Este diz que o clube mandante é responsável por tudo o que cerca o jogo.
O ônibus que transportava o Boca foi atacado por torcedores do River Plate na esquina da avenida Libertador com a rua Monroe, em Buenos Aires.
Vidros foram quebrados por pedras e garrafas. A polícia usou gás de pimenta contra os agressores e, como as janelas estavam destruídas, a substância afetou jogadores, que passaram mal. Estilhaços de vidros provocaram cortes no braço do volante Pablo Pérez, também atingido no olho.
A partida foi adiada de sábado (24) para domingo (25), mas o elenco do Boca Juniors pressionou para não jogar. O técnico Guillermo Schelotto disse que seria injusto entrar em campo em desvantagem.
A Conmebol consultou o River Plate e D’Onofrio concordou. Domínguez lhe prometeu que a final aconteceria em uma nova data a ser definida nesta terça, mas que esta seria no estádio Monumental de Nuñez e com público.
Na noite desta segunda (26), o mandatário da Conmebol divulgou uma “carta ao futebol sul-americano” em que diz que, sob sua presidência, são os jogadores que ganham as partidas em campo, e não “pedras e agressões”.
Em uma Copa Libertadores marcada por ações nos tribunais, a confederação sul-americana quer evitar a todo custo que o campeão seja resolvido no tapetão. Para Domínguez, esta não é uma simples final. Ele queria fazer do evento a imagem do que é a “nova Conmebol”, slogan criado para afastar o fantasma dos escândalos de corrupção.
O Santos perdeu pontos (e acabou eliminado por isso) por causa da escalação irregular de Carlos Sánchez nas oitavas, contra o Independiente (ARG). Apesar de terem usado atletas que estavam suspensos, Boca Juniors e River Plate não foram punidos.
O Grêmio falhou na tentativa de avançar para a final com processo no tribunal. O time reivindicava que o técnico do River, Marcelo Gallardo, infringiu o regulamento ao ir ao vestiário para falar com os jogadores no intervalo da semifinal em Porto Alegre apesar de ter sido punido.
Ter os maiores rivais argentinos na decisão chamou a atenção do mundo para a Libertadores. O River recebeu mais de 3.000 pedidos de credenciamentos de imprensa para a partida que deveria ter acontecido no sábado.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, foi convidado de honra. Quando a Conmebol forçava a barra para que a partida acontecesse de qualquer jeito no sábado, houve reunião com a presença do suíço.
“Que me apresentem um culpado, mas esta partida se joga hoje!”, ele gritou, segundo dirigentes do Boca.
“Nós não queremos jogar, mas a Conmebol e a Fifa estão nos obrigando”, disse Tevez, atirando toda a responsabilidade para as entidades.
Foi o momento em que a maré virou e os cartolas se viram obrigados a chegar a um um consenso pelo adiamento.
Infantino deixou o Monumental de cara amarrada. Sua assessoria divulgou que ele nega ter tentado forçar a realização do jogo ou ameaçado o Boca de sanções caso se negasse a entrar em campo.
Domínguez se queixou de que a entidade está sendo crucificada por causa de um “péssimo esquema de segurança” montado pelas autoridades argentinas.
O problema para a Conmebol é que Daniel Angelici se sente pressionado. Ele fechou o acordo, mas a reação dos jogadores foi péssima.
Este foi um dos argumentos que apresentou a Domínguez e D’Onofrio para conseguir mais tempo.