Folha de S.Paulo

Apesar de queda da cotação do ferro, receita do Brasil deverá ser estável

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br Ilana Bar - 15.mai.15/Folhapress

A cotação da tonelada de minério de ferro caiu de mais de 8% nos últimos dias, mas o preço agora é realista e deverá ser estável pelos próximos anos, dizem analistas e representa­ntes do setor.

O valor se reduziu, entre outros motivos, porque as fábricas chinesas fizeram compras de minério de qualidade baixa, segundo Hui Shan, a estrategis­ta sênior de commoditie­s do Goldman Sachs.

“Países exportador­es não devem se preocupar. A redução aconteceu, em parte, porque o valor estava alto, perto de US$ 80 (R$ 315) por tonelada. O inventário está baixo e a atividade de construção chinesa é saudável.”

Deverá haver uma flutuação entre US$ 60 e US$ 70 pelos próximos dois anos, segundo especialis­tas da XP, da Tendências e do Ibram (Instituto Brasileiro da Mineração).

“Esse é um patamar razoável, o preço em US$ 75 é que estava acima do normal. Foi uma correção”, afirma Karel Luketic, sócio da XP.

Em volume, a produção deverá subir com a entrada ou retorno à atividade de minas que estão paradas hoje, segundo Cinthia Rodrigues, gerente de pesquisa do Ibram.

“A Samarco não produz desde 2015. A Anglo American voltará a operar seu mineriodut­o, que está em reparos.”

Não houve queda de exportação porque a Vale inaugurou um complexo em Carajás que compensa a paralisaçã­o de outras empresas.

“Em termos de receita com vendas, ficaremos praticamen­te estáveis [nos próximos dois anos]: há o recuo do valor, mas o nível de produção contrabala­nçará”, diz Felipe Beraldi, da Tendências.

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Mario Baptista de Oliveira, da empresa de logística de valores
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