Folha de S.Paulo

Gasolina cai 1,3%, e posto mantém margem alta

- Nicola Pamplona

O preço da gasolina nas refinarias da Petrobras terá novo corte nesta terça-feira (27), para o menor valor em 13 meses, consideran­do a correção pela inflação.

Nas bombas, porém, o repasse continua tímido, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombust­íveis).

Nesta terça, a Petrobras venderá gasolina a R$ 1,5007 por litro em suas refinarias, 3,5% a menos do que o preço vigente nesta segunda (26). Será o 17º corte consecutiv­o desde o dia 22 de setembro.

Nesse período, a Petrobras já reduziu o preço da gasolina em 34%. Nas bombas, a queda acumulada é de apenas 3%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela ANP.

Na semana passada, o litro da gasolina era vendido no país, em média, por R$ 4,554, ou 1,3% a menos do que na semana anterior.

O repasse vem sendo segurado por aumento nas margens de lucros dos postos, que voltou a subir na semana passada, para R$ 0,580 por litro, 7% a mais do que na semana anterior, quando já havia atingido níveis equivalent­es aos praticados durante a paralisaçã­o dos caminhonei­ros, em maio, quando a escassez levou à explosão das margens.

Na comparação com a semana de 22 de setembro, a fatia do preço final que fica com os donos de postos subiu 35,8%. O setor contesta os números da ANP e diz que a queda do preço nas bombas depende da velocidade do repasse das distribuid­oras.

Para especialis­tas, os revendedor­es podem estar aproveitan­do o momento de queda para recuperar margens perdidas durante o período de altos preços da gasolina nas refinarias, que aumentou a competição com o etanol.

A última vez que a gasolina esteve abaixo de R$ 1,50 nas refinarias, em valores corrigidos pela inflação, foi no dia 24 de outubro de 2017. Na época, o preço médio do combustíve­l nas bombas era R$ 4,072 (corrigido pela inflação), quase R$ 0,50 abaixo do atual.

A margem de revenda era R$ 0,438 (também corrigido pelo IPCA), ou cerca de R$ 0,15 a menos do que na semana passada. O preço médio de venda pelas distribuid­oras era R$ 3,634 por litro, R$ 0,31 a menos do que na terceira semana de outubro de 2018.

Nessa parcela, estão incluídos os impostos, outro fator que vem segurando o preço da gasolina no país. Como os estados calculam o ICMS sobre o preço de bomba, a carga tributária também demora a reagir aos cortes promovidos no valor de venda das refinarias.

O preço médio do diesel ficou praticamen­te estável na semana passada, com queda de apenas 0,4%, para R$ 3,650 por litro. O valor é 1,8% inferior ao praticado no fim de outubro, quando a ANP autorizou corte de 10% no preço de refinaria.

Desde o início do programa de subvenção federal, em junho, o preço de venda do óleo diesel por produtores e importador­es é tabelado. Na fase atual do programa, o valor é revisto a cada 30 dias, de acordo com a variação das cotações internacio­nais do petróleo e da taxa de câmbio.

A próxima revisão será na quinta-feira (29).

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