Gasolina cai 1,3%, e posto mantém margem alta
O preço da gasolina nas refinarias da Petrobras terá novo corte nesta terça-feira (27), para o menor valor em 13 meses, considerando a correção pela inflação.
Nas bombas, porém, o repasse continua tímido, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
Nesta terça, a Petrobras venderá gasolina a R$ 1,5007 por litro em suas refinarias, 3,5% a menos do que o preço vigente nesta segunda (26). Será o 17º corte consecutivo desde o dia 22 de setembro.
Nesse período, a Petrobras já reduziu o preço da gasolina em 34%. Nas bombas, a queda acumulada é de apenas 3%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela ANP.
Na semana passada, o litro da gasolina era vendido no país, em média, por R$ 4,554, ou 1,3% a menos do que na semana anterior.
O repasse vem sendo segurado por aumento nas margens de lucros dos postos, que voltou a subir na semana passada, para R$ 0,580 por litro, 7% a mais do que na semana anterior, quando já havia atingido níveis equivalentes aos praticados durante a paralisação dos caminhoneiros, em maio, quando a escassez levou à explosão das margens.
Na comparação com a semana de 22 de setembro, a fatia do preço final que fica com os donos de postos subiu 35,8%. O setor contesta os números da ANP e diz que a queda do preço nas bombas depende da velocidade do repasse das distribuidoras.
Para especialistas, os revendedores podem estar aproveitando o momento de queda para recuperar margens perdidas durante o período de altos preços da gasolina nas refinarias, que aumentou a competição com o etanol.
A última vez que a gasolina esteve abaixo de R$ 1,50 nas refinarias, em valores corrigidos pela inflação, foi no dia 24 de outubro de 2017. Na época, o preço médio do combustível nas bombas era R$ 4,072 (corrigido pela inflação), quase R$ 0,50 abaixo do atual.
A margem de revenda era R$ 0,438 (também corrigido pelo IPCA), ou cerca de R$ 0,15 a menos do que na semana passada. O preço médio de venda pelas distribuidoras era R$ 3,634 por litro, R$ 0,31 a menos do que na terceira semana de outubro de 2018.
Nessa parcela, estão incluídos os impostos, outro fator que vem segurando o preço da gasolina no país. Como os estados calculam o ICMS sobre o preço de bomba, a carga tributária também demora a reagir aos cortes promovidos no valor de venda das refinarias.
O preço médio do diesel ficou praticamente estável na semana passada, com queda de apenas 0,4%, para R$ 3,650 por litro. O valor é 1,8% inferior ao praticado no fim de outubro, quando a ANP autorizou corte de 10% no preço de refinaria.
Desde o início do programa de subvenção federal, em junho, o preço de venda do óleo diesel por produtores e importadores é tabelado. Na fase atual do programa, o valor é revisto a cada 30 dias, de acordo com a variação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio.
A próxima revisão será na quinta-feira (29).