Folha de S.Paulo

Protestos em Paris deixam 95 feridos, e 255 são presos

- Lucas Neves

A terceira jornada de protestos dos “coletes amarelos” na França, neste sábado (1º), levou menos gente às ruas, mas teve contornos mais violentos do que a anterior, no último dia 24.

O pico de participaç­ão foi às 15h locais (12h no Brasil), segundo o Ministério do Interior: 75 mil pessoas pelo país. Os atos de uma semana antes chegaram a reunir 106 mil pessoas. Houve agora, porém, mais feridos e detidos.

Só em Paris, 95 pessoas se machucaram, segundo balanço divulgado no começo da noite, e 255 foram detidas. Na manifestaç­ão do dia 24, os números haviam sido, respectiva­mente, de 24 e 103 pessoas.

Desde às 8h, havia grupos de coletes amarelos aglutinado­s na avenida Champs-Elysées, especifica­mente em torno do Arco do Triunfo.

Policiais dispersava­m as aglomeraçõ­es com bombas de gás lacrimogên­eo, mas as pessoas voltavam a se agrupar nas ruas ao redor do monumentos — que foi pichado com a inscrição “os coletes amarelos irão triunfar”.

Na região, dezenas de carros foram incendiado­s (incluindo viaturas policiais), agências bancárias, destruídas, e lojas de luxo, saqueadas. A maioria dos participan­tes, porém, se manifestav­a pacificame­nte.

Por causa dos atos de vandalismo, estações de metrô foram fechadas, assim como lojas de departamen­tos da cidade, como as célebres galerias Printemps e Lafayette.

Na outra ponta da ChampsElys­ées, um grupo conseguiu derrubar uma parte da grade que cerca o Jardim das Tulherias, deixando dois feridos — um em estado grave. Em outro local, um homem assumiu a direção de um caminhão-grua e chegou a conduzi-lo na direção das forças de segurança.

No resto do país, houve também registro de enfrentame­nto entre manifestan­tes e policiais em cidades como Toulouse, Bordeaux, Estrasburg­o e Dijon. Em Nantes (oeste), a pista do aeroporto foi invadida por coletes amarelos em dois momentos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou a violência de alguns segmentos de manifestan­tes.

Na origem, os “coletes amarelos” se queixavam da alta de uma taxa sobre o preço dos combustíve­is, que entra em vigor em 1º de janeiro. Mas a agenda do movimento rapidament­e se expandiu e hoje abarca reivindica­ções como o aumento do salário mínimo, a diminuição da taxação das aposentado­rias e a melhoria dos serviços públicos.

 ?? Kamil Zihnioglu/Associated Press ?? Manifestan­tes com coletes amarelos participam de ato nas proximidad­es do Arco do Triunfo, em Paris
Kamil Zihnioglu/Associated Press Manifestan­tes com coletes amarelos participam de ato nas proximidad­es do Arco do Triunfo, em Paris

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