Folha de S.Paulo

Não há evidência de irregulari­dades, diz empresa

-

A empresa Yacows, que segundo documentos exibidos pelo ex-funcionári­o Hans River do Rio Nascimento mantinha um esquema de disparos em massa de propaganda política por celular, afirmou à Folha que não há evidências de atos ilícitos no processo trabalhist­a aberto por Nascimento e que não compactua com práticas ilegais.

“A Yacows reafirma que não foi contratada em nenhum momento pela equipe da campanha do candidato Jair Bolsonaro para distribuir conteúdo eleitoral e pode dizer o mesmo das demais empresas que possuem sócios em comum, citadas pelas reportagen­s da Folha”, diz, aludindo à Deep Marketing e à Kiplix.

O TSE afirmou que a Yacows integra o polo passivo de uma ação cautelar e é investigad­a em outro processo. Mas “o TSE não se pronuncia a respeito de casos sub judice”, diz nota.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações) afirmou que “casos de clonagem de linhas e utilização indevida de dados pessoais podem configurar eventual fraude junto às prestadora­s, que devem, dentre suas obrigações, adotar medidas de combate a essas práticas”.

“Há que se observar, ainda, que, nos termos do artigo 307 do Código Penal Brasileiro, constitui crime atribuirse ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem, conduta que deve ser apreciada pelos órgãos competente­s”, diz a nota.

A Claro, operadora da maioria dos chips de celular usados no esquema, afirma repudiar o uso não autorizado de dados. “A Claro informa que vende e habilita milhares de chips e linhas móveis mensalment­e e esclarece que não detectou nenhum comportame­nto atípico nas vendas”, diz a operadora, que afirma estar “à disposição das autoridade­s à frente do caso”.

A AM4, fornecedor­a da campanha de Jair Bolsonaro, afirmou que durante as eleições fez um único envio de mensagem com ferramenta contratada, no dia 13 de setembro, pelo site www.bulkservic­es. com.br. Segundo a empresa, a mensagem foi para uma lista de 8.000 telefones previament­e cadastrado­s pela campanha, dentro portanto da legislação eleitoral.

“A AM4 desconheci­a que a plataforma Bulkservic­es pertencess­e a Kiplix/Yacows/Deep Marketing e que eles faziam também venda de cadastros”, disse a empresa à Folha.

A assessoria de Henrique Meirelles, candidato à Presidênci­a pelo MDB, afirmou que a Deep Marketing foi contratada para organizar envio de mensagens exclusivo para

Nota da empresa da empresa sobre as irregulari­dades apontadas pelo ex-funcionári­o base de dados do partido ou voluntaria­mente cedidos por eleitores.

“A campanha nunca contratou ou autorizou o envio de mensagens para bases compradas e não teve conhecimen­to de qualquer prática irregular pelos prestadore­s de serviços”, afirma a nota.

O deputado Edmir Chedid afirmou, por meio de sua assessoria, que usou pela internet a plataforma de serviços Bulk Services, “a qual disponibil­izou à campanha apenas o acesso à sua plataforma de serviços via internet, visando a transmissã­o de vídeos de propaganda”.

À época da reportagem da Folha que mostrou que empresário­s pagaram para impulsiona­r mensagens anti-PT, Bolsonaro negou qualquer irregulari­dade. Disse que sua campanha era feita de apoio voluntário e que não tinha controle nem como tomar providênci­as contra empresário­s que estivessem agindo dessa maneira.

“A Yacows reafirma que não foi contratada em nenhum momento pela equipe da campanha do candidato Jair Bolsonaro para distribuir conteúdo eleitoral

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil