Marcado pelas guerras, previu problemas que viriam com invasão do Iraque
George Herbert Walker Bush poderia ter passado à história como o vencedor da Guerra Fria: afinal, foi em seu período de governo (1989-1993) que acabou a União Soviética, a confederação que havia sido a arqui-inimiga ideológica dos EUA durante toda a segunda metade do século 20.
Mas, por uma dessas ironias de que a história é prenhe, Bush pai acabou mais conhecido pela vitória em uma guerra quente —a chamada Guerra do Golfo, a primeira—, que foi pírrica e apenas adubou o pântano em que os Estados Unidos estão metidos até hoje.
Ironia acentuada pelo fato de que coube a seu filho, George Walker Bush, conduzir a segunda Guerra do Golfo.
O próprio Bush pai havia previsto os problemas que adviriam de uma invasão do Iraque que se recusou a fazer mas que seu filho acabaria consumando.
O pai dizia: “Haveria custos humanos e políticos incalculáveis (...) Seríamos forçados a ocupar Bagdá e, na prática, comandar o Iraque”.
Sua recusa a ordenar o que ele previa que seria “um desastre” permitiu que o ditador iraquiano Saddam Hussein continuasse no poder.
Bush pai desalojou os iraquianos do Kuait, que haviam invadido, o que motivou a primeira Guerra do Golfo.
Não foi a única guerra de George W. H.: os EUA também invadiram o Panamá para tirar do poder o general Manuel Noriega, antigo aliado, agora acusado de narcotráfico.
Guerras não eram propriamente uma novidade no histórico de Bush: no dia do seu aniversário de 18 anos alistouse na Marinha, depois de adiar o ingresso na universidade, como reação ao ataque japonês a Pearl Harbor, o que provocaria a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial. Ficou como piloto da Marinha até a guerra terminar.
Sua vitória na Guerra do Golfo lhe deu popularidade, mas a crise econômica que marcou seu mandato derrubou-o.
A vingança dos Bush viria em 2000, quando George Walker derrotou o vice-presidente de Bill Clinton, Al Gore.
A dinastia Bush só terminaria em 2016: Jeb, um dos seus seis filhos, foi facilmente derrotado nas primárias do Partido Republicano por Donald Trump, eleito presidente.