Folha de S.Paulo

VITRINISTA­S

- Pedro Diniz texto Leo Martins fotos

JULLYEMY MACHADO

Pode até parecer um amontoado de roupas vestidas por manequins, mas as vitrines viraram nesta década um dos investimen­tos mais importante­s das marcas para atrair o olhar do consumidor. É no comércio convulsivo de São Paulo, na região do Bom Retiro, que a rondonense Jullyemy Machado, 33, lança tendências para o varejo brasileiro.

Especializ­ada em VM, ou “visual merchandis­ing”, um termo que engloba toda a concepção visual de um ponto de venda, da porta ao provador, ela construiu seu nome entre as ruas Aimorés e Professor Cesare Lombroso, onde a cada três meses muda a vitrine de 27 lojas que espalham roupas pelo país.

“São Paulo está para o Brasil assim como Nova York está para o mundo. Os compradore­s do Bom Retiro se espelham no visual que apresentam­os para reproduzir em outras cidades”, explica a empresária. Por isso, boa parte do seu trabalho é antecipar as tendências que logo serão absorvidas pelo mercado.

Entre as novidades mais quentes, ela conta, está o uso de materiais naturais, como pedras, madeira e cordas, o monocromat­ismo, com destaque para as cores azul e amarelo, e a tecnologia aplicada a vitrines holográfic­as.

Uma única vitrine da região, ela diz, pode custar até R$ 8.000 para ser produzida. Marcas médias, com dezenas de pontos, mitigam custos para gastar cerca de R$ 1.500.

“A diferença de trabalhar para o comércio de atacado é que há um investimen­to maior. Uma rede precisa otimizar custos para vários pontos. No Bom Retiro, esse trabalho é como de ateliê, exclusivo e dispendios­o.” ▸ /Manacá. R. Professor Cesare Lombroso, 147, Bom Retiro, tel. 3225-026

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