Folha de S.Paulo

Após um ano, reforma trabalhist­a livra juízes, e passivo das empresas sobe

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Com a queda do número de entrada de ações trabalhist­as, os juízes têm dado mais tempo às audiências finais, e, momentanea­mente, há uma alta de condenaçõe­s, segundo advogados especializ­ados.

No Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, o volume de processos entre janeiro e outubro deste ano é 32% menor que o do mesmo período de 2017.

Com mais tempo para a fase de execução, o passivo acumulado de processos na Justiça tem sido reduzido no último ano, segundo Luiz Marcelo Góis, sócio do BMA.

“Pelo lado das empresas, há alta dos valores que estavam provisiona­dos. Quando os processos demoravam para ser resolvidos, a soma não era atualizada. Passaram a surgir esqueletos que fazem a soma dar saltos.”

Alguns empregador­es tentam dar celeridade aos processos para evitar que a decisão aconteça com um índice de correção desfavoráv­el a eles, segundo Andrea Massei, sócia do Machado Meyer.

Há uma discussão legal sobre qual deve ser a taxa para calcular os montantes —hoje, é a TR (taxa de referência), mas pode mudar.

“A atualizaçã­o pelo IPCA, por exemplo, pode mudar de forma bastante significat­iva os valores.”

Com mais decisões dos juízes de primeiro grau, a segunda instância chegou a um gargalo, diz José Carlos Wahle, do Veirano. “Os tribunais estão sobrecarre­gados e a tendência é que fiquem ainda mais em dois anos.”

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