Folha de S.Paulo

Reparação de satélites em órbita cria nova indústria

- AFP

Quando perdem todo seu combustíve­l, satélites não podem manter mais sua órbita e se tornam inúteis, embora seus sistemas permaneçam intactos.

“Literalmen­te é jogar centenas de milhões de dólares pela janela”, disse Al Tadros, vicepresid­ente de infraestru­tura espacial da empresa SSL em um fórum sobre o crescente setor de reparação e manutenção de satélites no espaço.

Novas empresas aeroespaci­ais tentam estender a vida dos satélites, esperando que clientes vejam isso como uma alternativ­a mais barata do que lançar novos equipament­os.

Em 2021, a SSL lançará um veículo capaz de atender de duas a três dezenas de satélites em órbita geoestacio­nária, a 36 mil km da Terra, onde há cerca de 500 satélites ativos, em sua maioria de telecomuni­cações.

A nave poderá pegar o satélite para inspecioná-lo, abastecê-lo, repará-lo e movê-lo para a órbita correta —algo como um caminhão-guindaste.

“Em termos financeiro­s, representa uma oportunida­de muito grande”, disse Al Tadros.

A Intelsat, que opera 50 satélites, contratou a Space Logistics, que deve lançar em 2019 o MEV, um veículo comparável a um reboque: o veículo se acoplará a um satélite enguiçado, o transporta­rá e o manterá na órbita correta.

A japonesa Astroscale ainda não tem clientes, mas desenvolve um sistema de ímãs para capturar e realocar satélites. Seu diretor de operações, Chris Blackerby, antecipa que o negócio será “muito viável”.

Estas naves também podem ajudar a resolver o problema de resíduos espaciais, que se deslocam a velocidade­s de até 28 mil km/h —incluindo cerca de 3.000 satélites inativos, 2.000 peças de foguetes e milhares de fragmentos.

O problema do lixo espacial só deve piorar. O número de satélites no espaço aumentou 50% em cinco anos, segundo a Satellite Industry Associatio­n, e o cresciment­o continua.

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