Folha de S.Paulo

PF vai se pronunciar sobre roubo de obras raras da Biblioteca Nacional

- Ivan Finotti

A Polícia Federal fará uma entrevista coletiva às 12h desta segunda (3) para falar sobre os roubos da Biblioteca Nacional.

Será a primeira vez que a PF se pronuncia sobre o caso desde que a Folha revelou, em março deste ano, que oito peças furtadas em 2004, no Rio de Janeiro, estavam sendo exibidas como parte da coleção do Instituto Itaú Cultural, na avenida Paulista, em São Paulo. A reunião será na própria Biblioteca Nacional.

De acordo com o anúncio feito no sábado (1º), “o delegado Paulo Telles fará um relato do andamento das investigaç­ões acerca dos roubos cometidos por Laéssio Rodrigues de Oliveira e seus cúmplices, depois que ele contou de onde roubou e para quem vendeu as obras. Além da Biblioteca Nacional, foram roubados o Itamaraty, o Arquivo Nacional, a Universida­de Federal do Rio de Janeiro e o Museu Nacional, entre outros”. Na quinta (29), Paulo conversou por sete horas com Laéssio.

Além disso, representa­ntes da Biblioteca e do Itaú Cultural informarão o resultado da análise de mais de cem obras que estão sob a mesma suspeita. Como no caso anterior, o Itaú as cedeu para que a Biblioteca Nacional fizesse uma perícia. Desde o caso de Emil Bauch, as instituiçõ­es firmaram um acordo de colaboraçã­o.

Na ocasião, oito gravuras do alemão Bauch, datadas de 1852, foram periciadas pela Biblioteca Nacional e devolvidas pelo Itaú Cultural. De acordo com o ladrão, as referidas obras haviam sido vendidas ao colecionad­or Ruy Souza e Silva, ex-marido de Neca Setubal, herdeira do Itaú. O instituto adquiriu as obras dele, que afirmava ter comprado o material em Londres.

As mais de cem obras foram para o Rio em três lotes, o primeiro deles em maio, com 37 peças —duas gravuras do príncipe Adalberto da Prússia, retratando o Rio de Janeiro; seis do suíço Luís Schlappriz, sobre Pernambuco; e 29 do alemão Franz Heinrich Carls, também de Pernambuco.

Desde março, quando o caso foi revelado, foram feitas diversas tentativas de entrevista com o policial federal encarregad­o do caso, todas foram negadas. Há algumas semanas, uma nova equipe designada pela Polícia Federal assumiu a investigaç­ão.

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