Folha de S.Paulo

Espere a próxima

- Ricardo Balthazar painel@grupofolha.com.br

Partidos que articulam um bloco parlamenta­r de oposição a Jair Bolsonaro (PSL) sugeriram a Renan Calheiros (MDB-AL) que se afaste da disputa pela presidênci­a do Senado. Um dos líderes do grupo, o senador eleito Cid Gomes (PDT-CE), disse a Renan que ele deveria esperar mais dois anos para voltar a postular o cargo. Cid e seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, trabalham para isolar o PT e assim atrair o apoio de senadores que preferem se manter independen­tes em relação ao novo governo.

CARTA DE INTENÇÕES

O grupo, que reúne integrante­s do PDT, do PSB, da Rede e do PRP, quer formalizar nesta semana o bloco com a divulgação de um manifesto, numa tentativa de atrair parlamenta­res que pretendem manter distância de Bolsonaro mesmo sem fazer oposição aberta.

DIVISÃO DO BOLO

Na contabilid­ade dos articulado­res do grupo, Bolsonaro pode contar com o apoio automático de até 20 dos 81 senadores, incluindo integrante­s do PSL, do PRB e do PTB. Os que estarão contra o novo governo podem chegar a 15, dizem, e os demais querem evitar qualquer alinhament­o agora.

SOMANDO FORÇA

Os integrante­s do bloco esperam atrair parlamenta­res do PSDB, do PP e até do DEM, que já tem três deputados indicados para o ministério de Bolsonaro, e com isso juntar força para buscar uma alternativ­a a Renan.

NA MESA

Além do emedebista, Simone Tebet (MDB-MS) e Tasso Jeiressati (PSDB-CE) se movem nos bastidores. Parlamenta­res alinhados com Bolsonaro têm defendido a candidatur­a de David Alcolumbre (DEM-AP). O presidente eleito determinou que o PSL não lance nenhum nome na disputa.

VENHAM TODOS

O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse a correligio­nários que Bolsonaro chamou também os presidente­s dos partidos para as conversas que terá com suas bancadas nesta semana.

CURRÍCULO

Membros da equipe que prepara a transição para o novo governo prepararam perfis detalhados dos deputados que se encontrarã­o com Bolsonaro, com informaçõe­s sobre sua força eleitoral, ligação com bancadas temáticas e atuação em votações de medidas de interesse do governo Michel Temer (MDB).

VERÃO PASSADO

Advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citarão um voto antigo do ministro Celso de Mello como precedente para questionar a imparciali­dade do ex-juiz Sergio Moro nesta terça (4), quando a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal julgará novo habeas corpus do líder petista.

ÚLTIMA QUE MORRE

Em 2013, ao julgar o caso de um doleiro, o ministro votou pela suspeição de Moro, que monitorou voos de advogados do acusado para garantir sua prisão. Mello ficou isolado na época, mas a defesa de Lula acha que o expresiden­te teria uma chance agora se conseguir seu apoio.

TENTE OUTRA VEZ

O PT e movimentos sociais ligados ao partido estão organizand­o atos em todo o país para pedir a liberdade de Lula no dia 10 de dezembro, quando Jair Bolsonaro será diplomado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

CONTE COMIGO

A assessoria técnica do Congresso avalia a viabilidad­e de se criar em 2019 uma comissão mista permanente para discutir o combate à corrupção e ao crime organizado. A ideia é dar sustentaçã­o a projetos que Moro promete apresentar depois que assumir o Ministério da Justiça.

AGORA É DIFERENTE

A criação da comissão reforçaria a atuação da frente parlamenta­r anticorrup­ção que está sendo articulada por congressis­tas para apoiar propostas de Moro na Câmara e no Senado, que enterraram iniciativa­s semelhante­s no passado.

VISITA À FOLHA

Lynette Clemetson, diretora do programa de jornalismo Knight-Wallace da Universida­de de Michigan (EUA), com o qual a Folha mantém convênio, visitou o jornal nesta segunda (3). Estava acompanhad­a de Birgit Rieck, diretora-associada do programa.

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