Folha de S.Paulo

Dodge diz a STF que Temer e ministros praticaram corrupção

- Reynaldo Turollo Jr.

A procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, recorreu nesta segunda (3) de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin que remeteu parte de um inquérito sobre os ministros Moreira Franco (Minas e Energia) e Eliseu Padilha (Casa Civil) para a Justiça Eleitoral, e não para a criminal.

O inquérito em questão, derivado da delação da Odebrecht, também tem como alvo o presidente Michel Temer e apurou um jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, onde teria sido acertada propina.

No recurso, Dodge faz sua primeira manifestaç­ão quanto ao mérito da investigaç­ão e afirma que os emedebista­s cometeram o crime de corrupção (e não crime eleitoral, de punição mais branda) e receberam propina, descrevend­o o caminho do dinheiro e as provas reunidas. A Polícia Federal já havia chegado à mesma conclusão em seu relatório de investigaç­ão, em setembro.

“Michel Temer recebeu, por meio de João Baptista Lima Filho [amigo do presidente], vantagem indevida no montante de R$ 1.438.000,00, nos dias 19, 20 e 21/03/2014, em São Paulo”, escreveu Dodge. “Temer recebeu, por meio de José Yunes [também amigo], o valor de R$ 1 milhão em 04/09/2014.”

A parte do inquérito relativa a Temer foi suspensa por Fachin em outubro a pedido de Dodge, que sustentou que o presidente não pode ser processado por atos anteriores ao seu mandato. Já a parte relativa a Moreira Franco e Padilha foi para a Justiça Eleitoral de São Paulo, decisão que Dodge quer que Fachin reconsider­e ou que envie o caso para análise do plenário.

Todos os investigad­os negam os supostos crimes. Quando o relatório de investigaç­ão da PF foi divulgado, o Planalto afirmou em nota que a apuração “se mostra a mais absoluta perseguiçã­o ao presidente”.

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