Folha de S.Paulo

Alta na venda de carros novos não é acompanhad­a pela de veículos usados

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O financiame­nto de carros novos teve um cresciment­o de quase 14% neste ano, enquanto o de usados está praticamen­te igual ao do ano passado —houve uma variação positiva de 0,24%.

Os dois mercados costumam ter desempenho­s paralelos, segundo Elis Siqueira, estatístic­o da Fenauto (federação dos revendedor­es de veículos usados).

“Os dois nichos são interligad­os e funcionam como uma engrenagem quando a economia vai bem —as famílias compram novos e levam os usados para negociar.”

A Fenauto calcula que para cada veículo zero que sai de uma concession­ária, 3,5 seminovos são vendidos. Essa relação se desequilib­rou com a crise econômica, diz Siqueira.

“A produção de carros caiu de 4 milhões para cerca de 2 milhões durante os anos de recessão. Se essa tendência não fosse revertida, seria fatal para o nosso setor, pois faltariam carros seminovos.”

O risco de a oferta de usados ser tão pequena a ponto de travar as vendas de novos é menor por causa de um tipo específico de cliente: as locadoras, segundo Ricardo Bacellar, sócio da KPMG.

“Parte significat­iva dos bons números de carros zero neste ano foi gerada por essas empresas, e geralmente elas repassam os veículos depois de um ano e meio.”

Outro fator que pode diminuir a demanda por usados são serviços de mobilidade, como os aplicativo­s, que não eram tão fortes como antes da crise econômica, diz.

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