Folha de S.Paulo

Indicador aponta para recessão nos EUA de Trump

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

De madrugada, a newsletter do Wall Street Journal anunciava aos assinantes, com gráficos, ter registrado os “primeiros sinais de que a curva de rendimento dos EUA está se invertendo”. Falou em “desacelera­ção” americana já para o ano novo, 2019.

Pautou o dia, nas manchetes do americano Drudge Report ao inglês Financial Times e ao South China Morning Post, com enunciados como “temor sobre cresciment­o” e “temor sobre indicador chave de recessão”.

A maioria, inclusive a manchete digital do próprio WSJ, acrescento­u às chamadas o tuíte de Donald Trump colocando em dúvida a “trégua” que ele mesmo havia anunciado com Xi Jinping. Mas o foco da atenção era a “curva de rendimento”.

O New York Times esclareceu, aos leitores comuns: “Isso pode soar como um jargão que interessa só aos ‘geeks’ do mercado. Mas isso importa. Nos últimos 60 anos, todas as recessões foram precedidas por uma curva de rendimento­s invertida”.

A recessão americana começaria em um ou dois anos. Antes da próxima eleição.

não é o japão O SCMP destacou longo artigo de Zhang Jun, diretor da faculdade de economia da Universida­de Fudan, afirmando no título que “A economia da China não seguirá o caminho do Japão ou da União Soviética, apesar da pressão dos EUA”, citando “seu estágio de desenvolvi­mento e suas reformas pendentes”. Na mesma direção, o canal financeiro americano CNBC reportou que, “Com ou sem guerra comercial, especialis­tas dizem que o yuan está prestes a se tornar um peso-pesado global”. Segundo executivos de HSBC e BNP Paribas, a “abertura financeira” da China influencia mais do que o conflito tarifário com os EUA.

onyx & moro Por Financial Times e outros, “Chefe de gabinete de Bolsonaro encara investigaç­ão de fundos de campanha”, sobre o sinal verde dado pelo Supremo para que o Ministério Público levante as “contribuiç­ões ilegais” da J&F. O FT informa que o ministro da Justiça, Sergio Moro, “que colocou políticos graduados na cadeia, disse que Onyx Lorenzoni ‘já admitiu seus erros e se desculpou’”.

cisma A visita de Bolsonaro à TV Canção Nova, da Renovação Carismátic­a, foi parar no Crux, o principal veículo de notícias católicas dos EUA, destacando seu apoio na ala “conservado­ra”. O editor do Crux, o vaticanist­a John Allen Jr., já havia publicado a análise “Tanto o papa como os bispos do Brasil serão testados na era Bolsonaro”. Destacou, por exemplo, que Francisco é o autor da “primeira encíclica voltada a temas ambientais e convocou um sínodo especial” para a Amazônia no ano que vem. Antevê conflitos com as “atitudes de Bolsonaro em relação a imigrantes, povos indígenas, comunidade LGBT, os pobres e assim por diante”.

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Gráfico do banco central americano traz 60 anos da relação entre a curva de rendimento e a recessão (barras cinzas)

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