Humanos terão funções mais complexas
Com o avanço tecnológico, a previsão é que robôs vão realizar funções repetitivas e insalubres, e ao ser humano caberá realizar atividades mais complexas e criativas. Por isso, o profissional do futuro terá de desenvolver um conjunto de competências técnicas e socioemocionais que vão diferenciá-lo das máquinas, como dominar conceitos de programação e ter capacidade de resolver problemas complexos. A aposta é que algumas competências técnicas serão comuns a todos os trabalhadores, independentemente da área e da função que desempenhem. Na lista, além de programação, estão design e análise de sistemas e de dados, relacionadas diretamente à existência de máquinas inteligentes. As empresas vão precisar de pessoas capazes de programar equipamentos, utilizá-los de forma adequada e mantê-los. Além disso, será necessário saber analisar os dados e tomar decisões a partir das informações emitidas por sensores. Ganham relevância, também, características de personalidade já valorizadas no mercado de trabalho como pensamento crítico, inovação, aprendizagem ativa, criatividade, originalidade e iniciativa. A avaliação é que atualmente as estruturas empresariais têm menos hierarquia e são mais flexíveis. Isso porque equipes que trabalham de forma colaborativa são consideradas mais eficientes, com impactos positivos sobre a produtividade. “As tarefas rotineiras serão automatizadas. As atividades que serão desenvolvidas pelas pessoas serão mais complexas e vão exigir uma capacidade de adaptação mais constante do trabalhador”, explica Felipe Morgado, gerente-executivo de Educação Profissional e Tecnológica do Senai. “Esse conjunto de competências técnicas e socioemocionais será apenas a base de um profissional do futuro. Novas tecnologias vão surgir, e o trabalhador precisará adquirir novas competências com o passar do tempo.”
PERFIS PROFISSIONAIS
Nem todos os trabalhadores de uma empresa precisarão, no entanto, dominar de forma profunda novos conhecimentos. Morgado prevê o surgimento de quatro perfis profissionais de acordo com o nível de interação com as novas tecnologias: o usuário, que irá operar os equipamentos no dia a dia; o mantenedor, responsável pela manutenção das máquinas; o integrador, encarregado de integrar as diversas áreas, e o desenvolvedor, que irá criar novos recursos. Junior Gonçalves de Souza, 24 anos, técnico em Automação Industrial no Grupo Petrópolis, segunda maior cervejaria do Brasil, diz que tanto as competências técnicas quanto as socioemocionais foram decisivas para sua rápida ascensão na empresa. Ele começou como estagiário, ainda durante o curso de Eletroeletrônica no Senai de Rondonópolis (MT). Ao se formar, foi contratado como eletricista e, em seguida, migrou para a área de automação. “Além do conhecimento técnico, aprendi muito no Senai sobre gestão, administração de tempo, planejamento e alcance de metas”, conta.
Competências socioemocionais e técnicas ganharão destaque