Folha de S.Paulo

Lewandowsk­i volta a defender entrevista de Lula à Folha

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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowsk­i manifestou-se novamente nesta segunda (3) favorável ao pedido da Folha

para entrevista­r o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão.

Ele enviou ao presidente da corte, ministro Dias Toffoli, uma petição do jornal para que a entrevista seja imediatame­nte autorizada. Caberá a Toffoli decidir.

Em setembro, em uma reclamação ao STF, a Folha

pediu autorizaçã­o para a colunista Mônica Bergamo entrevista­r o ex-presidente na prisão, em Curitiba.

No dia 28 de setembro, o relator da reclamação, Lewandowsk­i, autorizou a entrevista. No mesmo dia, o partido Novo, adversário do PT, entrou com um pedido de suspensão de liminar no Supremo para proibir a entrevista.

O pedido foi registrado para análise do presidente da corte, mas foi julgado pelo vice-presidente, Luiz Fux. Ele vetou a entrevista e censurou sua eventual publicação, caso já tivesse sido realizada.

Posteriorm­ente, Lewandowsk­i contrariou a posição de Fux e reafirmou sua decisão original que havia autorizado a entrevista.

No meio da disputa de decisões, o presidente Toffoli decidiu avalizar a determinaç­ão de Fux, proibindo a realização da entrevista e impondo censura caso ela já tivesse sido feita.

Agora, Lewandowsk­i certificou o trânsito em julgado (o encerramen­to) da reclamação feita pela Folha,

uma vez que não houve recurso da Procurador­ia-Geral da República contra sua decisão inicial.

“Com o trânsito em julgado, tornou-se definitiva a decisão que julgou o mérito da ação reclamatór­ia, deixando de vigorar aquela, ‘data vênia’, heterodoxa suspensão de liminar”, escreveu o ministro no seu novo despacho.

Nesta terça (4), o julgamento de um pedido de liberdade formulado pela defesa de Lula, em análise na Segunda Turma do STF, foi suspenso após pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) feito por Gilmar Mendes.

Os ministros Edson Fachin, relator do processo, e Cármen Lúcia votaram por negar o habeas corpus. Faltavam os votos de Gilmar, Celso de Mello e Lewandowsk­i. Não há data para o julgamento ser retomado.

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