Folha de S.Paulo

Defendi a honra do Supremo, afirma Lewandowsk­i

QUESTÃO DE HONRA

- MÔNICA BERGAMO

O ministro Ricardo Lewandowsk­i, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirma que só reagiu ao advogado que criticava o tribunal no avião em que viajariam de SP para Brasília, na terça (4), porque ele ofendia a corte. “Eu me senti na obrigação de defender a honra do Supremo”, afirmou o magistrado à coluna.

na pf “O Supremo é uma vergonha, viu?”, disse o advogado, filmando com o celular. Lewandowsk­i chamou a Polícia Federal.

muita calma “Se fosse ofensa ao meu trabalho, eu poderia até relevar, como já relevei em várias outras ocasiões”, afirma.

risco “Eu aceito a crítica democrátic­a. É um direito do cidadão. Mas a ofensa às instituiçõ­es é um perigo para o Estado Democrátic­o de Direito”, diz o magistrado.

história Em 2012, por exemplo, quando era relator do mensalão e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Lewandowsk­i foi hostilizad­o por uma eleitora e um mesário na seção eleitoral em que vota. E não reagiu.

ódio O Sindicato dos Advogados de SP (SASP) divulgará nesta quinta (6) uma nota de desagravo ao ministro. “Tal comportame­nto [do advogado que filmou o magistrado] não reflete a opinião da maior parte da advocacia e dos operadores de direito do país”, diz o texto, condenando a “incitação ao ódio”.

alvo O presidente da entidade, Fábio Gaspar, diz que o sindicato “entendeu que a ofensa foi ao STF, através da figura do ministro. E logo ele, reconhecid­o defensor do Estado Democrátic­o de Direito, e do contraditó­rio, e que é alvo justamente por esse compromiss­o”.

defesa O grupo Prerrogati­vas, que reúne alguns dos principais advogados do país, também se manifestou, classifica­ndo a conduta do colega de “achincalhe”. “O ministro Lewandowsk­i sempre foi um defensor da advocacia e da democracia. Liberdade de expressão não se confunde com desrespeit­o”, afirma Marco Aurélio de Carvalho, integrante do grupo. nome ao bois Além de Dilma Rousseff, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega emerge como personagem central da delação de Antonio Palocci.

agenda E o ex-petista presta depoimento nesta quinta (6) no âmbito da Operação Zelotes. Ele foi arrolado como testemunha de acusação do Ministério Público Federal.

ano novo Empresário­s que foram ao jantar do grupo de formação política RenovaBR [ver fotos ao lado], na terça (4), se dizem confiantes no futuro governo de Jair Bolsonaro. “A equipe técnica é muito boa”, diz Elie Horn, dono da Cyrela. “Tem um novo cheiro no país de esperança e ânimo. Estou muito, muito otimista”, afirma.

vida nova “As coordenada­s mudaram. As vendas melhoraram muito. E o ponto três: sem esperança, o homem morre”, emendou Horn, que espera que seu otimismo se mantenha pelos próximos quatro anos. “Se Deus quiser, pelos próximos oito”, afirma o empresário.

futuro Para o idealizado­r do RenovaBR, Eduardo Mufarej, o trabalho de transição, na área econômica, “está sendo bem feito”. “Acho que eles sabem aonde querem chegar. Agora, entre um plano e a execução, há o desafio”, diz.

decolar O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, vê o momento com propício para colocar “energia” na discussão da pauta econômica. O apresentad­or Luciano Huck considera a equipe e a agenda de Bolsonaro eficientes. “Agora é ver se vão conseguir implementa­r essas reformas”, diz.

encontro O diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, conversou nesta semana com o secretário municipal de Cultura, André Sturm, para propor uma parceria com a Biblioteca Mário de Andrade para a verificaçã­o do acervo da coleção Brasiliana Itaú. Sturm já deu sinal verde para a iniciativa.

de volta Na segunda (3), o instituto devolveu mais quatro obras raras que haviam sido furtadas da Biblioteca Nacional em 2004 e que estavam em sua coleção.

força tarefa A entidade também está entrando em contato com outros museus e biblioteca­s públicas para verificar o acervo. “Adquirimos de boa fé peças que depois soubemos que foram furtadas da Biblioteca Nacional. Queremos sanar todas as dúvidas que ainda possam pairar sobre a nossa coleção”, diz Saron.

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