Folha de S.Paulo

Lava Jato investiga esquema de multinacio­nais na Petrobras

- Estelita Hass Carazzai, Taís Hirata e Wálter Nunes

A nova fase da Operação Lava Jato avançou nesta quarta-feira (5) sobre a área comercial da Petrobras e apura o pagamento de supostas propinas a funcionári­os da estatal em troca de vantagens na compra e venda de derivados de petróleo e em negócios de locação de tanques de armazenage­m.

Entre as empresas investigad­as estão as multinacio­nais Vitol, Trafigura, Glencore, Chemoil, Chemium e Oil Trade & Transport.

“São verdadeiro­s gigantes do mercado de trading e comerciali­zação de commoditie­s”, disse o delegado Filipe Pace.

O esquema teria movimentad­o pelo menos US$ 31 milhões em propina, entre 2009 e 2014, segundo o Ministério Público Federal. Apenas três multinacio­nais (Vitol, Trafigura e Glencore) são suspeitas de pagar US$ 15,3 milhões, entre 2011 e 2014.

Foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva.

Entre os alvos estão funcionári­os e ex-funcionári­os da Petrobras e representa­ntes das multinacio­nais suspeitos intermedia­r o esquema. Membros da cúpula das companhias são investigad­os, mas não foram alvo de mandados.

Segundo a investigaç­ão, as empresas corrompiam funcionári­os da Petrobras encarregad­os de negociar contratos, para que a estatal vendesse produtos por um preço mais baixo que o de mercado, e comprasse a valores mais altos.

Em nota, a Petrobras informou que colabora com a investigaç­ão e que “é reconhecid­a pelo próprio Ministério Público Federal como vítima”.

A Vitol e a Glencore informaram que não iriam se manifestar. A reportagem não conseguiu contato com a Trafigura.

Foram procuradas Chemoil, Chemium e Oil Trade & Transport, mas não houve retorno.

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