Folha de S.Paulo

Primeiro caminhão elétrico nacional deve chegar ao mercado em 2022

- Eduardo Sodré

A Volkswagen prepara o lançamento do elétrico nacional, o e-Delivery. O veículo, voltado para entregas em centros urbanos, chega no fim de 2022.

A confirmaçã­o foi feita nesta quarta-feira (5) por José Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus. O modelo será montado em Resende (RJ).

O executivo calcula que o preço deverá ser o dobro do cobrado por uma versão a diesel do Delivery, que custa a partir de R$ 142.860.

O primeiro clienteéa Ambev, que jáfe zum ap ré-reserva de 1.600 unidades.

Segundo Alouche,o desenvolvi­mento das formas de recarga—coma utilização de energia solar nas empresas, por exemplo— e a redução de outros gastos durante a vida útil do caminhão (de 8 a 10 anos, em média) devem compensar o investimen­to.

“Vimos que o Brasil está pronto para absorver essa tecnologia. Se hoje fôssemos ligar todos os caminhões na tomada, poderia haver queda de energia, mas há outras alternativ­as em desenvolvi­mento.”

Ele acredita que opções de recarga mais eficientes e de baixo custo já estarão disponívei­s em grande escala quando o e-Delivery chegar.

O modelo elétrico terá motor feito pela empresa WEG e potência equivalent­e a 109 cv. Grande parte de seus componente­s será produzida no Brasil, afirma Alouche.

A autonomia chegará a 200 quilômetro­s. A recarga completa a partir do zero levará cerca de três horas, de acordo com a Volkswagen.

A Volks também testa um ônibus híbrido no Brasil. Um motor 1.4 turbo flex (etanol e gasolina) serve de gerador para o motor elétrico.

Há também estudos para o lançamento de caminhões movidos a gás natural veicular e de um sistema que permite utilizar álcool ou diesel em um mesmo modelo. Ainda não há data para essas tecnologia­s chegarem ao mercado.

Todas essas estratégia­s buscam também melhorar a imagem da VW, que se reestrutur­a após o escândalo de adulteraçã­o de resultados de emissões em testes com carros de passeio a diesel. A marca não desiste desse combustíve­l, mas precisa equilibrar sua oferta de produtos.

A confirmaçã­o do caminhão elétrico ocorre em um período de otimismo para a Volkswagen. O segmento de veículos pesados volta a crescer, após anos difíceis. As vendas caíram 71% na comparação entre janeiro de 2016 com o mesmo mês em 2012.

Entre janeiro e novembro de 2018, os emplacamen­tos no setor de caminhões cresceram 49% sobre igual período de 2017, mas há reajustes de valores.

De acordo com Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, a empresa contratou 350 funcionári­os para a linha de montagem, em Resende.

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Divulgação e-Delivery, que será fabricado em Resende (RJ) e deverá custar por volta de R$ 280 mIl

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