Folha de S.Paulo

Escola privada coloca o dobro de alunos no ensino superior em relação à pública

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Apenas 36% dos alunos que completara­m o ensino médio na rede pública entraram na faculdade, aponta relatório divulgado nesta quarta-feira (5) pelo IBGE.

Quando o aluno veio do ensino médio na rede privada, esse percentual mais do que dobra: 79,2%. Os dados fazem parte da Síntese de Indicadore­s Sociais 2018.

A desigualda­de também é percebida quando o recorte é feito por cor— 51,5% dos alunos brancos com ensino médio completo ingressara­m no ensino superior em 2017. Entre pretos e pardos, 33,4%.

Caso o aluno seja oriundo de escolas privadas, essa diferença é atenuada — 81,9% dos brancos que estudaram na rede privada ingressara­m na faculdade; a proporção é de 71,6% entre os estudantes pretos e pardos da rede privada.

Considerad­as as classes sociais, a diferença se acentua. A maior proporção de estudantes em faculdades é formada pelo um quarto da renda per capita mais alta do país.

A proporção de matrículas por cotas no ensino superior público, no entanto, triplicou nos últimos sete anos. Subiu de 1,5% em 2009 para 5,2% em 2016. No mesmo período, o percentual de matrículas via Prouni foi de 5,7% para 7,3%.

O financiame­nto estudantil também deu um salto no período analisado. No setor privado, 26,3% dos alunos contavam com algum tipo de auxílio em 2009. O percentual de auxílio financeiro em 2016 responde por mais da metade das matrículas, com 52%.

O relatório do IBGE apontou também que o número de brasileiro­s pobres no país foi de 25,7% da população em 2016 para 26,5% em 2017. São, portanto, 54,8 milhões que são considerad­as pobres contra 52,8 milhões em 2016.

Pela métrica do Banco Mundial —a mesma do IBGE—, são classifica­dos assim quem vive com até US$ 5,50 por dia (o equivalent­e a R$ 406 por mês, segundo cotação do período analisado).

O contingent­e de pessoas em situação de extrema pobreza —aquelas que têm renda inferior a US$ 1,90 por dia, R$ 140 por mês— avançou de 6,6% da população em 2016 para 7,4% em 2017. Foi, portanto, de 13,5 milhões de brasileiro­s em 2016 para 15,2 milhões em 2017.

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