Folha de S.Paulo

Reintegraç­ão de posse

- Ricardo Balthazar painel@grupofolha.com.br (interino)

O futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), quer mexer na Funasa (Fundação Nacional de Saúde), órgão vinculado à pasta que nos últimos anos se tornou um feudo do MDB. Uma das ideias em estudo é acabar com a fundação e alocar sua estrutura dentro do ministério, reduzindo sua força política. Outra possibilid­ade seria transferi-la para o novo Ministério do Desenvolvi­mento Regional, destinando a outros programas o dinheiro que hoje financia o órgão.

DINHEIRO COM CARIMBO

Com orçamento anual de R$ 3,4 bilhões e escritório­s em todos os estados, a Funasa investe em obras de saneamento básico boa parte dos recursos reservados no Orçamento da União para emendas de parlamenta­res e projetos na área de saúde.

NÃO É COMIGO

Mandetta disse a aliados que a fundação virou um foco de corrupção e sugeriu que suas verbas seriam mais bem aproveitad­as se fossem transferid­as diretament­e aos governos estaduais e destinadas a políticas de saúde, não mais a obras em pequenos municípios como hoje.

DE OLHO

Em reunião com integrante­s da equipe de transição, o futuro ministro do Desenvolvi­mento Regional, Gustavo Canuto, mostrou interesse em incorporar a Funasa sob seu guarda-chuva. Seu ministério resultará da fusão das pastas das Cidades e da Integração Nacional.

BOLSA DE APOSTAS

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), incluiu o professor de geografia Ricardo Felício entre as opções analisadas para o Ministério do Meio Ambiente. O nome do ex-procurador Paulo de Bessa Antunes, especialis­ta em direito ambiental, também está em avaliação.

TUDO MENTIRA

Professor da Universida­de de São Paulo, Felício considera o aqueciment­o global uma farsa criada por cientistas e organismos multilater­ais. Seu currículo foi analisado por colaborado­res de Bolsonaro, e ele tem simpatia do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito.

ELA NÃO

O futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse a integrante­s da bancada feminina que Damares Alves, assessora do senador Magno Malta (PRES), não será ministra dos Direitos Humanos. Ela não conta com o apoio do grupo.

SANTO DE BARRO

Em encontro com parlamenta­res na terça (4), Bolsonaro admitiu que lhe falta segurança de que terá o apoio necessário no Congresso para apostar num projeto ambicioso de reforma da Previdênci­a, e que por isso pensa em fatiar sua proposta.

APOSTA DE RISCO

O presidente eleito indicou que teme o desgaste que sofreria com uma derrota logo no início do seu mandato e acha mais prudente apresentar projetos específico­s, que permitam acumular força aos poucos e garantir mudanças cruciais, como a definição de idade mínima para aposentado­ria.

ÁGUA NO FEIJÃO

Representa­ntes do mercado financeiro e especialis­tas em finanças públicas acham que o primeiro projeto teria que contemplar, além da idade mínima, medidas para unificação dos regimes do funcionali­smo público e do setor privado. Do contrário, dizem, o alcance da reforma ficaria muito diluído.

PODE ACREDITAR

Em seu encontro com a bancada do PSDB nesta quarta (5), Bolsonaro prometeu trabalhar logo no início de seu mandato para que seja aprovado no Congresso projeto que acaba com a reeleição para ocupantes de cargos executivos.

PREÇO DA AMBIÇÃO

Segundo relatos, ao pedir aos tucanos apoio para as propostas de seu governo, Bolsonaro disse que a busca da reeleição atrapalhar­ia sua gestão e o tornaria refém do Congresso.

VISITA À FOLHA

Nöel Prioux, presidente do grupo Carrefour no Brasil, e Stéphane Engelhard, vice-presidente de relações institucio­nais, comunicaçã­o e sustentabi­lidade, visitaram a Folha nesta quarta (5), onde foram recebidos em almoço. Estavam acompanhad­os de Leandro Buarque, relações públicas.

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