Turquia pede prisão de ex-auxiliares de MBS
Dois assessores são suspeitos de participar da morte do jornalista Jamal Khashoggi dentro do consulado saudita
O procurador-geral turco pediu nesta quarta (5) a detenção de dois ex- assessores do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, conhecido pela sigla MBS.
Eles são suspeitos de organizar a operação que matou o jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul. O conselheiro real Ahmed al-Assiri e o vice-diretor de inteligência Saud alQahtani foram dispensados de seus cargos após a revelação do assassinato.
Os procuradores turcos, porém, afirmam que Riad não vai tomar nenhuma ação contra a dupla e por isso pediu sua prisão. Segundo a acusação, os dois teriam supervisionado a equipe de 15 agentes que matou e esquartejou Khashoggi no interior do consulado.
O novo pedido de prisão aconteceu um dia após senadores americanos acusarem o príncipe de ser o responsável pela morte do jornalista.
Riad é um dos principais aliados de Washington na região e o presidente Donald Trump tem tentado impedir que o caso contamine a relação.
Os senadores, porém, ameaçam tomar medidas contra os sauditas, incluindo votar uma resolução que retira o apoio americano à coalizão liderada pela Arábia Saudita que atua na guerra no Iêmen.
Khashoggi, um conhecido crítico do príncipe, tinha deixado a Arábia Saudita pelo temor de ser alvo de um ataque, mas acabou indo ao consulado na capital turca atrás de documentos para se casar. Ele entrou no prédio no dia 2 de outubro e nunca mais foi visto.
O governo saudita reconheceu que ele foi morto dentro do consulado, e afirma que os agentes se excederam, já que não tinham ordens de matar o jornalista. O governo turco acusa Bin Salman de ser o mandante, o que Riad nega.
A Arábia Saudita deteve até o momento 21 pessoas acusadas de envolvimento na ação e disse que pedirá a pena de morte contra cinco.