Bolsonaro sugere urna que comprove voto em caso de desconfiança
Mesmo vencedor da eleição, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou desconfiar de que houve fraude no pleito e disse querer propor mudança no sistema de votação no primeiro semestre de 2019.
Discursando por videoconferência na primeira Cúpula Conservadora das Américas, realizada no sábado (8) num hotel em Foz do Iguaçu (PR), ele não detalhou quais seriam as modificações.
“Nós sabemos das armas que eles usam. Nós pretendemos então uma boa proposta de mudança do sistema de votação no Brasil. Eu e muitos entendem que só ganhamos as eleições porque tínhamos muito, mas muito mais votos do que eles”, afirmou.
Neste domingo (9), ele disse a jornalistas que quer apresentar ao Congresso um projeto de lei modificando “um pouquinho” a forma de votação.
Bolsonaro disse que deseja uma urna eletrônica que, em caso de desconfiança, permita a comprovação do voto. “Como se fosse um voto impresso. Poderia ter uma fórmula mais atualizada do que essa.”
O presidente eleito também voltou a comentar as suspeitas sobre Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que teve movimentações financeiras consideradas atípicas pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O órgão citou repasses entre Fabrício e outros assessores do senador eleito. Questionado se vê isso com naturalidade, disse: “Ele tem que explicar, pode ser, pode não ser”.
Ainda assim, Bolsonaro sugeriu que foram baixos os valores transferidos entre os assessores, ressaltando que as movimentações mais altas aconteceram com a mulher e as duas filhas. “Um ao longo de um ano transferiu R$ 800 reais. O outro transferiu R$ 1.500, poxa.”
Bolsonaro voltou a dizer que não conversou com o ex-assessor, de quem é amigo há 34 anos, desde o Exército.
O presidente eleito falou à imprensa em frente à sua residência na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo pessoas de seu entorno, ele saiu de casa para ir ao banco e tomar água de coco.