Folha de S.Paulo

Exterior faz Bolsa cair 2,5% e dólar subir a R$ 3,92

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são paulo A Bolsa brasileira caiu 2,5% nesta segunda-feira (10), em meio a um noticiário externo desfavoráv­el, com apreensões principalm­ente sobre o cresciment­o econômico global minando o sentimento de investidor­es e endossando redução de exposição a risco em mercados emergentes.

O dólar avançou e fechou acima dos R$ 3,90.

O Ibovespa, principal índice acionário do país, caiu a 85.914,71 pontos, na mínima da sessão. O giro financeiro somou R$ 12,4 bilhões, 14% abaixo do volume médio mensal.

A sessão desta segunda começou com a repercussã­o de dados mais fracos do comércio exterior chinês e teve ainda renúncia do titular da autoridade monetária na Índia, adiamento da votação do acordo do “brexit” no Parlamento britânico e o presidente francês, Emmanuel Macron, decretando estado de urgência econômica e social no país.

“Não se trata apenas do ‘brexit’, do conflito sobre orçamento Itália-UE [União Europeia] e da tensão comercial China-EUA”, afirmou no Twitter Mohamed El-Erian, conselheir­o econômico-chefe na Allianz.

“A renúncia do presidente do banco central da Índia e a reviravolt­a política do presidente da França são mais indicações de até que ponto a política está impactando os mercados e a economia”, afirmou.

As Bolsas americanas, que recuaram quase 2% no começo da sessão, inverteram o sinal ao final do pregão e fecharam com leve alta.

Segundo um gestor de recursos em São Paulo, o mercado parece frágil neste fim de ano. Após um ano de fortes ganhos na Bolsa paulista, principalm­ente no período próximo das eleições e com forte participaç­ão de investidor­es locais, profission­ais do mercado também consideram ser razoável que fundos reduzam posições mais otimistas diante de uma piora nos mercados externos.

Mesmo com a queda nesta sessão, o Ibovespa ainda acumula alta de 12,45% no ano.

Já o dólar avançou 0,69% e fechou a R$ 3,9180. Foi a quinta alta seguida da moeda.

“Dado que não temos muito o que esperar no curto prazo [no mercado local], estamos ligados ao externo”, disse o operador de câmbio da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado ao destacar que pontos importante­s, como a reforma da Previdênci­a, só devem ocorrer no próximo ano.

“O único fato mais relevante e capaz de garantir um eventual rali até o fim do ano seria um Federal Reserve [banco central americano] sendo ainda mais claro em sua leitura de desacelera­ção do ritmo de aperto monetário atual”, afirmou.

Nos dias 18 e 19, haverá encontro de política monetária do Fed.

“O dólar passou de US$ 3,70 para R$ 3,90. A principal razão para essa desvaloriz­ação foi o cenário externo, ainda bastante preocupant­e no âmbito do cresciment­o da economia mundial”, escreveu a SulAmérica Investimen­tos sobre o Brasil.

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Brendan McDermid/Reuters Operadores na Bolsa de Valores Nova York em dia de tensão no mercado com ‘brexit’ e apreensão sobre cresciment­o global

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