Folha de S.Paulo

Participaç­ão das ações preferenci­ais na Bolsa cai 5 pontos em dois anos

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

A participaç­ão das ações preferenci­ais no volume de títulos comerciali­zados na Bolsa cai desde 2016, de acordo com dados da B3.

Esse é um tipo de papel que dá ao detentor uma prioridade na hora de receber dividendos, mas os donos não têm direito a voto em assembleia­s ou participaç­ão no conselho de administra­ção.

Transações com esses ativos na Bolsa representa­vam 41% do total em 2016, e até o dia 6 de dezembro deste ano, equivalem a 36% do volume.

Essa é uma espécie de título mais volátil, segundo Eduardo Velho, economista-chefe da GO Associados.

“Fundos estrangeir­os que saíram da Bolsa e foram para o mercado americano venderam preferenci­ais. Acionistas com muito papel ordinário não negociam tanto, eles querem poder de conselho, é uma estratégia de médio prazo.”

É natural, portanto, que haja mais saída de preferenci­ais que de outros tipos de títulos quando o real se desvaloriz­a ou os juros básicos nos Estados Unidos sobem, segundo o analista.

A migração para o Novo Mercado também explica a diminuição relativa das preferenci­ais, segundo Alvaro Frasson, analista da Spinelli.

As empresas listadas nesse segmento da B3 têm um grau de governança maior e não têm ações preferenci­ais.

“A Vale e a Suzano passaram para o Novo Mercado [no fim do ano passado]. As duas tinham um volume grande de ações em flutuação”, afirma Frasson.

 ?? Eduardo Anizelli/Folhapress ?? Júlio Cesar Lobato, diretor-executivo do grupo de saúde
Eduardo Anizelli/Folhapress Júlio Cesar Lobato, diretor-executivo do grupo de saúde
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil