Folha de S.Paulo

Empresário­s lançam agenda pró-Bolsonaro

Grupo apresenta projeto ‘empregue mais um’ para estimular a criação de postos de trabalho no início do governo

- Joana Cunha

Empresário­s simpatizan­tes do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), querem começar 2019 impulsiona­ndo a geração de vagas de trabalho em uma tentativa de estimular a economia no momento em que o novo governo toma posse.

A ideia é criar uma onda de novos empregos já no mês de janeiro, em uma iniciativa que está sendo chamada de “empregue mais um”, organizada pelo movimento Brasil 200.

Da ação fazem parte nomes que apoiaram Bolsonaro. O empresário Gabriel Kanner, que dirige o movimento Brasil 200, porém, afirma que a nova ação para criação de vagas de trabalho não tem laços diretos com a nova gestão.

“Alguns nomes estão próximos ao Bolsonaro, mas a campanha não tem nenhuma ligação formal com o governo federal. Isso foi uma iniciativa própria do Brasil 200, visando a recuperaçã­o da economia e o bem do país”, disse.

O Brasil 200 foi lançado em janeiro em um manifesto em Nova York pelo empresário Flavio Rocha, presidente do conselho do grupo da Riachuelo e tio de Gabriel Kanner, que neste ano foi candidato a deputado federal pelo PRB.

Da ação também fazem parte nomes como João Appolinári­o, da Polishop, e Edgard Corona, das academias de ginástica Bio Ritmo e Smart Fit.

Kanner já contabiliz­a 300 vagas da Riachuelo em janeiro e 5.000 da Havan, de Luciano Hang, mas vai atualizar o número na segunda-feira (17) em um evento na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

“Estamos entrando em uma nova era de confiança, ânimo e engajament­o do empresaria­do, e isso tende a impactar positivame­nte os diversos setores do mercado de trabalho”, diz Appolinári­o, que pretende empregar 200 em 2019.

Em seu site, o Brasil 200 se define como um grupo que “resolveu tomar o lado do Brasil e não se omitir da construção de uma agenda política que ponha a nação em primeiro lugar”.

De acordo com Kanner, é preciso “dar um voto de confiança e torcer para que o paAo ís dê certo”.

Kanner afirma que grandes companhias criarão um volume maior de vagas, mas o objetivo da campanha é ganhar capilarida­de e sensibiliz­ar empresário­s de menor porte, donos de restaurant­es e pequenos comércios.

“O Brasil tem hoje 22 milhões de CNPJs. Estamos estimando que, se tiver 5% de adesão de empresário­s, já dá 1 milhão de novas vagas”, afirma Kanner.

lado de Kanner, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, vai comandar o lançamento da ação pelo emprego na segunda-feira. Skaf, que também foi candidato nas eleições deste ano, declarou apoio a Bolsonaro desde o primeiro turno.

A assessoria da Fiesp disse que não tinha porta-voz para comentar o assunto.

Entidades da indústria e do comércio de outros estados também foram convidadas a aderir à iniciativa.

As estimativa­s do grupo para a criação de emprego são ambiciosas se comparadas aos números mais recentes do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos).

Em outubro, o Brasil registrou criação de 57,7 mil vagas de emprego com carteira assinada. O número foi menor do que registrado em setembro, quando houve a criação de 137 mil postos. No mês de agosto, o saldo foi positivo de 110 mil.

De janeiro a outubro, o resultado acumulado das vagas formais ficou positivo em 790,6 mil, o que representa alta de 2,09% ante o mesmo período do ano anterior.

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GUEDES ‘QUASE’ ESQUECE CERIMÔNIAF­uturo ministro da Economia chega para diplomação de Bolsonaro; minutos antes, ao entrar no CCBB, um jornalista perguntou sobre o evento no TSE e ele disse ‘vim pro lugar errado’, voltou para o carro e foi embora para prestigiar o presidente eleito

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