Folha de S.Paulo

Elza Soares e as mulheres

- Amanda Almeida

No ano em que Elza Soares, 81, lança seu 33º disco, o trabalho, “Deus É Mulher”, foi citado entre as indicações deste

Em 2018, as várias facetas da cantora também estiveram na biografia “Elza”, no musical homônimo e no filme “My Name Is Now”, que recapitula­m a vida da artista, permeada por lutas, como o casamento forçado aos 13 anos, e preconceit­os, como o impediment­o de subir em alguns palcos por ser negra. “É um pouco triste observar essa descoberta tardia, mas antes tarde do que nunca”, diz a cantora Anelis Assumpção, que conheceu o trabalho de Elza desde cedo por influência do pai, o músico Itamar Assumpção.

“Taurina”, disco de Anelis, foi um dos indicados por Elza para este Guia: “Anelis traz a genialidad­e do pai, um amigo amado. Vi essa menina crescer. Agora vejo o quanto cresceu como artista. Veio pra ficar, e o disco é prova disso”. Anelis considera que, se hoje a presença das mulheres na música brasileira está mais potente, ampla e criativa, muito se deve a Elza, que abriu caminhos.

“Se a pessoa tem chance de trabalhar, tem chance de se desenvolve­r. Se fulana não for foda, não vou chamar. Mas como a pessoa vai ficar foda, se ela nunca for chamada para trabalhar e não pode se desenvolve­r?”

Anelis diz ver com otimismo mais mulheres cantando, compondo e produzindo, como em muitas das indicações nas próximas páginas.

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Elza Soares, que lançou o 33º disco Karime Xavier - 16.mai.18/Folhapress

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