Greenfield denuncia 34 por fraude em fundos
Procuradores de força-tarefa apontam suspeita de gestão temerária na Funcef, Petros e Previ e cobram R$ 1,3 bilhão
Procuradores da Operação Greenfield denunciaram à Justiça Federal em Brasília 34 suspeitos por operações irregulares no FIP GEP (Fundo de Investimento em Participações Global Equity Properties).
Eles teriam gerado prejuízos milionários ao fundo e a seus cotistas, entre 2009 e 2014, diz a acusação tornada pública nesta quarta-feira (6).
A força-tarefa acusa de gestão temerária os ex-presidentes da Previ Sergio Rosa e Ricardo Flores; da Funcef Guilherme Lacerda e Carlos Alberto Caser; e da Petros Wagner Oliveira.
Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa) são os três maiores fundos do país e têm 1,2 milhão de participantes, dependentes e assistidos.
Pelas operações irregulares, a força-tarefa cobra a reparação econômica e moral de R$ 1,3 bilhão, equivalente ao triplo dos aportes realizados pelos fundos de previdência complementar.
“Os atos narrados na presente denúncia demonstram a ocorrência de gestão fraudulenta e temerária de recursos aportados pela Funcef, Previ e Petros no FIP GEP, bem como a falsificação de quatro laudos de avaliação que induziram em erro os integrantes do comitê de investimento do FIP GEP”, informam os procuradores na acusação.
A aplicação dos recursos do FIP era feita por meio de SPEs (sociedades de propósito específico). A cada projeto imobiliário era criada uma sociedade. Atualmente há 28 sociedades de propósito específico.
Segundo a denúncia, grande parte desses projetos nem sequer saiu do papel, apesar de terem sido objeto de vultuosos investimentos.
A Funcef diz que mantém em sua estrutura comissões técnicas de apuração que analisam os fundos de investimento.
A entidade também afirma contribuir ativamente na produção de provas para auxiliar as investigações.
A Previ afirma que está analisando o caso e não irá se posicionar por enquanto.
A Petros também afirma que colabora com os órgãos federais. A defesa dos ex-executivos não foi localizada.
Os prejuízos apurados nos diversos casos sob investigação na Greenfield somam R$ 54 bilhões.