Temporal no Rio provoca caos e mata ao menos 6
Dois corpos foram encontrados em ônibus que foi atingido por queda de barreira na avenida Niemeyer, próximo ao Vidigal, zona sul do Rio
Com ventos de 110 km/h, chuva causou a queda de 170 árvores e oito postes de luz, interrompendo o fluxo em diversos pontos das zonas sul e oeste, regiões mais afetadas. Ao menos seis pessoas morreram.
O governador Wilson Witzel (PSC) culpou a falta de fiscalização na ocupação desordenada de encostas e morros.
Acidade do Rio de Janeiro amanheceu nesta quinta (7) sob rastros de destruição deixados pelo forte temporal da noite anterior. Até o fim do dia, seis pessoas haviam morrido em decorrência da tempestade.
Quatro das morte socorreram na zona sul—uma no Vidigal, ou trana Rocinha, eduasna avenida Niemeyer, onde um ônibus foi parcialmente soterrado por um desliza- mento. Outras duas foram re- gistradas em Barra de Guaratiba, na zona oeste, co maque- da de uma barreira.
O temporal, com ventos de até 110 km/h, também causou alagamentos e quedas de árvores, deixou bairros sem luz e acionou sirenes de alerta em áreas de risco. Acidade entrou em estágio de crise por volta das 22h de quarta (6).
O prefeito Marcelo Crivella (PRB) decretou luto oficial de três dias. Na madrugada de quinta, ele esteve na favela do Vidigal para coordenar o apoio às vítimas dos alagamentos. Em entrevista no início da noite, Crivella afirmou que os hospitais da prefeitura atenderam 12 pessoas em decorrência das chuvas —quatro continuam internadas.
O governador Wilson Witzel, por sua vez, afirmou que a culpa dos prejuízos é da falta de fiscalização na ocupação desordenada de encostas e morros. Segundo ele, as administrações da prefeitura nas últimas décadas não controlaram efetivamente a expansão imobiliária em locais de risco.
O governador ignorou, contudo,que acidade registrou enchentes em diversas áreas pla- nas dos bairros de Botafogo, Copacabana, Gávea e Leblon, cujo principal canal transbordou, coma água invadindo ruas comerciais e shoppings.
Até o vice-presidente Hamilton Mourão foi afetado. “Meu apartamento fica no último andar e perdi mais um colchão. Na minha rua, caíram árvores”, afirmou. Mourão disse que conversará nesta sexta (8) com Witzel, mas ressaltou que o governador está tranquilo e não pediu ajuda ao governo federal.
Pelo menos seis vias foram interditadas na cidade nesta quinta. Entre elas, a avenida Niemeyer, importante ligação entre a zona oeste e a sul, onde o ônibus foi soterrado.
O veículo foi retirado pelo Corpo de Bombeiros às 16h20 e a interdição deve continuar nesta sexta (8). Um trecho da ciclovia Tim Maia, que acompanha a avenida, desabou com a queda de uma barreira.
No Vidigal, ruas viraram córregos na noite de quarta e uma pessoa morreu em um deslizamento de terra. Por lá, as sirenes de alerta não foram acionadas.
Segundo a Defesa Civil municipal, elas não tocaram porque o pluviômetro não atingiu o limite previsto de 55 mm de chuva em uma hora. No entanto, de 21h30 às 22h30 choveram 89 mm, de acordo com o Centro de Operações.
O órgão informou que entre 18h de quarta e meia-noite de quinta choveu mais do que o esperado para o mês em algu- mas estações. É o caso da Rocinha, com 164 mm de chuva frente a uma média histórica de 94 mm.
De acordo com o Alerta Rio, a previsão para esta sexta é de pancadas de chuva isoladas, com vento moderado. O sistema informava, na noite desta quinta (7), que a probabilidade de deslizamentos na zona sul ainda era muito alta.