Presidente ignora desvio e volta a nomear ministro
Em ato assinado em conjunto com o ministro Sergio Moro (Justiça), o presidente Jair Bolsonaro voltou a nomear Marcelo Álvaro Antônio para o cargo de ministro do Turismo. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta (7).
Deputado federal mais votado em Minas, o ministro patrocinou um esquema de candidaturas laranjas no estado que direcionou verbas públicas de campanha para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara. O caso foi revelado pela Folha na última segunda-feira (4).
No mesmo dia da revelação do caso, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou que o caso deve ser investigado. Segundo ele, se os órgãos de investigação confirmarem a existência da irregularidade em relação ao ministro, trata-se de uma denúncia grave. Bolsonaro foi eleito sob a promessa de combater qualquer tipo de desvio na máquina pública.
Álvaro Antônio havia sido exonerado na quarta (6) do cargo na Esplanada para tomar posse como deputado federal, cargo para o qual foi eleito em outubro.
Inicialmente sem explicações, sua saída gerou desconfianças sobre se teria relação com o esquema de candidaturas laranjas. Após a divulgação de sua exoneração, o ministro foi às redes sociais explicar que se tratava de decisão temporária e que retornaria no dia seguinte.
Álvaro Antônio foi ao plenário da Câmara em cadeira de rodas e permaneceu apenas o tempo necessário para que fosse cumprido o protocolo da posse. Ele disse que realizou uma cirurgia na perna.
O ministro nega os desvios apontados pela reportagem. Por meio de sua assessoria, afirmou que “a distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu rigorosamente o que determina a lei” e que “refuta veementemente a suposição com base em premissas falsas de que houve simulação de campanha”.
Na quarta, o porta-voz do governo, general Otávio Rêgo Barros, afirmou que a escolha do Álvaro Antônio como ministro indica que ele conta com a confiança do presidente Bolsonaro.