Folha de S.Paulo

Professor atencioso, tinha prazer em ensinar e aprender

JOSÉ RENATO DE CAMPOS ARAÚJO (1968-2019)

- Ricardo Hiar coluna.obituario@grupofolha.com.br

Quando alguém tinha dúvidas sobre algum tema, o paulistano José Renato fazia questão de explicar tudo nos mínimos detalhes. Ensinar e conversar estavam entre as coisas que ele mais gostava de fazer. Sempre otimista, ele era um bom ouvinte e um professor paciente.

“Às vezes eu brincava dizendo que ele não precisava fazer uma dissertaçã­o para explicar algo simples. Mas ele adorava contar histórias e compartilh­ar o que sabia. Nunca o vi de mau humor”, diz Ana Paula, com quem ele foi casado nos últimos 12 anos.

José Renato cresceu ao lado dos três irmãos e dos pais na casa de seus avós paternos, no bairro da Aclimação. Desde cedo se acostumou a ver a casa cheia e acabou levando essa tradição por toda a vida. Bom anfitrião, era comum receber amigos e familiares para os almoços dominicais. Cozinheiro de mão cheia, não gostava de repetir receitas e inventava novos pratos.

Da infância José Renato também manteve a paixão pelo futebol. Torcedor fanático do São Paulo, não perdia uma disputa do time. Essa preferênci­a, no entanto, não o atrapalhou de escrever e publicar um livro sobre o Palmeiras —por muito tempo pesquisou movimentos imigratóri­os no país e seus reflexos, o que incluiu a criação do time rival por italianos.

Formado pela USP, o sociólogo tinha fascínio pelo aprendizad­o e orgulho por lecionar na USP Leste, onde atuava na Each (Escola de Artes, Ciências e Humanidade­s). Na instituiçã­o, colaborou na formação do curso de políticas públicas. Também foi representa­nte dos doutores no Conselho Universitá­rio e ficou conhecido por criar um blog para dar transparên­cia às discussões do grupo.

José Renato morreu do dia 30 de janeiro, aos 50 anos, em decorrênci­a de um infarto. Deixa a mulher, o filho, Felipe, e o enteado, Gabriel.

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