Folha de S.Paulo

Lamar e Drake disputam Grammy do #MeToo

Rappers lideram nomeações em edição marcada por desistênci­as, polêmicas e 53% de mulheres nas principais categorias

- Rafael Gregorio

Rappers, divas e polêmicas dão o tom da 61ª edição do Grammy, neste domingo (10), em Los Angeles.

O evento terá transmissã­o no Brasil pelos canais pagos TNT, às 22h30, e E! (tapete vermelho a partir das 20h30).

Kendrick Lamar e Drake lideram em indicações —oito e sete— e travam disputa particular. Na sequência vem Brandi Carlile, com seis indicações.

Mas os rappers, assim como o cantor e ator Donald Glover, o Childish Gambino, rejeitaram convites para cantarem na cerimônia, segundo o jornal The New York Times.

Lamar, que esteve por trás da trilha sonora do filme “Pantera Negra”, preferiu dar destaque ao Oscar, no qual já foi confirmado com apresentaç­ão ao vivo de “All the Stars”.

A cantora Ariana Grande também cancelou sua ida à festa. A popstar, que concorre a melhor performanc­e pop e melhor álbum pop, ficou revoltada com intervençõ­es da produção sobre sua escolha de repertório.

Para piorar, uma lista foi vazada indicando que Lady Gaga sairia vitoriosa com “Shallow”, do filme “Nasce uma Estrela”, na canção do ano, enquanto Cardi B levaria a gravação do ano por “I Like It”. O evento desmentiu a lista, que teria sido obtida por hackers.

Com ares de compensaçã­o, Gaga anunciou de última hora um show no evento, que terá abertura de Camila Cabello.

Também chama a atenção a natureza pós-#MeToo desta edição. Neste ano, a lista de indicados às 84 categorias contempla mais mulheres do que em 2018, quando só 11 troféus foram vencidos por elas.

Essa alta se acentua nos filés da premiação: disco do ano, artista revelação, canção e gravação —canção mira autores de faixas novas, enquanto gravação premia intérprete­s de temas não necessaria­mente inéditos.

A Academia ampliou também a quantidade de indicados nessas categorias, de cinco para oito.

Em 2018, foram cinco mulheres indicadas, enquanto agora são 17 —impression­ante aumento nominal de 240%.

Consideran­do que as quatro categorias agora tê moito concorrent­es, proporcion­almente o sal toé relevante: de 25% dos indicados em 2018, agora as mulheres são 53% deles.

Elas tomam também a apresentaç­ão da cerimônia: a cantora Alicia Keys, que já faturou 15 estatuetas do Grammy, substitui o comediante James Corden, que ocupou o posto nos últimos dois anos.

Apresentar­ão prêmios artistas como aband aR ed Hot ChiliPepp erse oscantores­Shawn Mendes, Diana Ross e Janelle Monáe, a favorita da crítica americana —e também deste repórter— para o melhor álbum por seu “Dirty Computer”.

Aretha Franklin, morta em 2018, será lembrada por Yolanda Adams, Fantasia e Andra Day. Dolly Parton, 73, a rainha do country, será homenagead­a por Katy Perry e Miley Cyrus.

Entre os brasileiro­s, segundo dados de visualizaç­ão do Google obtidos com exclusivid­ade ,“AllTh eS tars ”, de Lamar,éafav orita a música do ano, enquanto “I Like It”, de CardiB,éap referida entre as gravações. Se dependesse do Brasil, Dua Lipa seria a revelação, e “This Is America”, de Childish Gambino, venceria entre os clipes musicais.

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Timothy A. Clary/AFP Kendrick Lamar no Grammy 2018, em NY; rapper preferiu o Oscar em 2019

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