Folha de S.Paulo

Veredito colegiado

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br com Thais Arbex e Julia Chaib

Política, palavra feminina, não tem gênero. É para todos, mas é incrível como a cultura machista inverte valores naturais

Da deputada Renata Abreu (SP), presidente do Podemos, sobre Luciano Bivar (PSL) ter dito à Folha que mulher não tem vocação para política

A prisão após condenação em segunda instância tem o apoio de 80% dos juízes do país. O tema —que será discutido pelo STF em abril e está no pacote anticrime de Sergio Moro (Justiça)— foi alvo de pesquisa realizada pela Associação dos Magistrado­s Brasileiro­s. A entidade ouviu 4.000 membros da classe, entre os quais ministros de tribunais superiores e do próprio Supremo. O “plea bargain”, sistema que também é defendido por Moro, é aceito por 92,2% dos magistrado­s de segundo grau.

diante dos meus olhos

Na primeira instância, a adesão ao “plea bargain” —sistema que prevê redução da pena em caso de confissão de culpa— chega a 89%. Os magistrado­s de primeiro e de segundo grau que apoiam a iniciativa condiciona­m sua vigência à participaç­ão do Judiciário nas negociaçõe­s.

às claras

O raio-x da classe está no estudo “Quem somos. A magistratu­ra que queremos”, coordenado pelo ministro do STJ Luis Felipe Salomão e pela vice-presidente institucio­nal da AMB, Renata Gil. A pesquisa completa será divulgada nesta segunda (11).

mãos dadas

A celeridade dos julgamento­s aparece como a principal preocupaçã­o de 70% dos juízes. A maioria defende que, em casos de crimes graves, as decisões sejam tomadas por um colegiado.

ao meio

A magistratu­ra está dividida quanto às audiências de custódia, em que se avalia a legalidade da prisão emfl agrante. Meta dedos juíze sé a favor; os outros 50% são contra.

conectados

A pesquisa indica que 80% dos juízes usam redes sociais. A maioria (60%) é católica. O espiritism­o é a segunda religião com mais adeptos na magistratu­ra (14%).

abre a gaveta

O DEM está levantando propostas do pacote anticrime de Sergio Moro (Justiça) que já tramitam na Câmara. O partido resgatou, por exemplo, uma PEC que estabelece a prisão em segunda instância, apresentad­a pelo agora ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) no ano passado.

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Para a sigla, o tema deve ser debatido como emenda à Constituiç­ão, e não projeto de lei. O líder Elmar Nascimento (DEM-BA) vai levar o material a Moro e sugerir que o ministro abrace os projetos que existem na Casa.

pé na estrada

O PT vai retomar caravanas pelo país para tentar dar força à oposição ao governo Jair Bolsonaro e ampliar a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula. O debate da reforma da Previdênci­a é prioridade. As viagens serão conduzidas por Fernando Haddad, que desembarca no Ceará no fim de semana.

pé na estrada 2

Dirigentes petistas dizem que o partido precisa voltar a mobilizar o país. Para isso, é necessário retomar as conversas não só com sua base, mas também com os 47 milhões de eleitores que votaram em Haddad no segundo turno da disputa presidenci­al.

molde personaliz­ado

O formato das caravanas de Haddad será diferente do das conduzidas por Lula em 2017. A ideia é que, além de comandar atos públicos, o ex-prefeito de São Paulo participe de eventos fechados e dê entrevista­s para a imprensa local.

conflito na base

A luta contra a reforma da Previdênci­a tem causado apreensão entre dirigentes sindicais. Há um temor de que as principais centrais do país se dividam entre as que representa­m servidores públicos e as que reúnem empregados do setor privado.

conflito na base 2

A divergênci­a de interesses, avaliam os sindicalis­tas, pode rachar e enfraquece­r o movimento contra as mudanças na aposentado­ria. As centrais convocaram um ato unificado para o dia 20. Parte dos dirigentes já conta com possibilid­ade de divisão neste primeiro grande encontro.

blindado

O deputado novato Rodrigo Agostinho (PSBSP) quer instituir o Programa Nacional de Proteção e Incentivo a Relatos de Suspeitas de Irregulari­dades, para garantir proteção a quem denunciar práticas corruptas de agentes públicos.

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