Folha de S.Paulo

Vídeo mostra Luan entrar no trilho e ir atrás da mãe

- Mariana Zylberkan

Imagens das câmeras de segurança do Metrô de São Paulo mostram que o menino Luan, 3, entrou nos trilhos da linha 1-azul para correr atrás da composição onde estava sua família quando foi atingido pelo trem que vinha na sequência.

Imagens das câmeras de segurança do Metrô de São Paulo mostram que o menino Luan, 3, entrou nos trilhos da linha 1-azul para correr atrás da composição onde estava sua família quando foi atingido por trem que vinha em seguida, em 23 de dezembro de 2018.

A criança estava com a família no vagão parado há poucos segundos na estação Santa Cruz, quando escapou das mãos da mãe, Linéia Oliveira Silva, 26, e saiu.

As portas do vagão se fecharam, a mãe não conseguiu alcançá-lo e Luan ficou sozinho na plataforma enquanto sua família seguiu para a próxima parada, na estação Praça da Árvore.

Imagens dos trilhos mostram o menino correndo pelo túnel quando uma composição passa, logo em seguida. Segundo inquérito, Luan foi atropelado cerca de quatro minutos após ter saído do trem onde estava a família.

A defesa da mãe afirma que Luan teve acesso aos trilhos por uma porta baixa de ferro que não estava trancada. “Isso mostra que o metrô não é um lugar seguro para crianças”, disse o advogado Ariel Castro Alves, que acompanha as investigaç­ões.

Em nota, o Metrô afirmou que a investigaç­ão está em curso e que já prestou as informaçõe­s solicitada­s pela autoridade policial.

Segundo Ariel, a companhia, ligada ao governo estadual, hoje sob gestão de João Doria (PSDB), foi informada por mensagem de celular enviada por um passageiro às 11h07 de que havia uma criança perdida na estação Santa Cruz.

“Os operadores de trens foram comunicado­s somente às 11h45 e os trens foram parar às 12h32, quando um operador avistou o corpo do menino no trilho”, diz Ariel.

O advogado disse não saber quantas vezes o menino foi atingido pelas composiçõe­s, que trafegavam de quatro em quatro minutos.

A mãe conta que ia com Luan, os outros dois filhos, de 7 e 9 anos, o padrasto e seu sogro para o litoral sul.

Segundo a defesa da mãe, a operadora do trem que atingiu Luan a primeira vez disse em depoimento que só soube do atropelame­nto no dia seguinte e que é orientada pela companhia a monitorar as câmeras dos vagões para coibir vendedores.

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Reprodução Câmera interna mostra o instante em que a mãe colocou Luan no chão, logo antes de ele correr

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