Folha de S.Paulo

Empresa de dados de cofundador da PayPal se prepara para abrir capital

- Rob Copeland e Maureen Farrell The Wall Street Journal, traduzido do inglês por Paulo Migliacci

A Palantir, sigilosa empresa de dados cofundada pelo investidor Peter Thiel, registrou uma forte alta em seus negócios em 2018 e está se preparando para uma oferta pública inicial de ações muito aguardada.

A companhia registrou cerca de US$ 800 milhões (mais de R$ 2,9 bilhões) em receita no ano passado, ante cerca de US$ 600 milhões (R$ 2,2 bilhões) no ano precedente.

A alta no faturament­o é um alívio para investidor­es e empregados da Palantir, que esperam há anos a abertura do capital da empresa.

A potencial abertura de capital será uma das mais observadas entre os IPOs (sigla de oferta pública inicial) de tecnologia do Vale do Silício previstas para este ano.

Criada há 15 anos, a companhia não apresenta lucro anual, mas seus executivos afirmaram que isso pode acontecer neste ano. Sediada em Palo Alto, na Califórnia, a Palantir tenta transforma­r seus negócios aos solavancos.

No passado conhecida por seu trabalho de software para o governo —como sistemas de análise de dados que teriam sido usados para ajudar a rastrear Osama bin Laden —, a companhia mira o trabalho para empresas.

A Palantir é uma das diversas empresas de tecnologia com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão.

Arrecadou cerca de US$ 2,5 bilhões em capital total, e sua avaliação mais recente, em uma rodada privada de capitaliza­ção em 2015, foi de US$ 20 bilhões.

Os resultados em termos de receita, no ano passado, excederam a marca dos US$ 750 milhões que a empresa informou aos seus empregados e investidor­es que planejava atingir. O dinheiro recebido subiu 42%.

Os motivos para o sucesso são dois: o lado empresaria­l, com clientes como a Fiat e o Credit Suisse, mostrou recuperaçã­o. Executivos disseram que os clientes empresaria­is respondiam por cerca de dois terços de sua receita, agora, ante 50% de um ano atrás.

Os serviços da Palantir a governos continuam a gerar dinheiro, separadame­nte, em parte graças à tradição de desconside­rar críticas quanto às conexões entre a companhia e agências impopulare­s em todo o mundo.

No fim de 2018, a Palantir assinou um contrato de US$ 42 milhões com o serviço de imigração e alfândega dos Estados Unidos.

Alguns empregados e ativistas se opuseram à ligação entre a empresa e o serviço de imigração, mas a direção da companhia informou que não permitirá que questões políticas de curto prazo influencie­m suas decisões de negócios.

Seu maior investidor, Peter Thiel, um dos cofundador­es do serviço de pagamentos online PayPal, é partidário inveterado de causas libertária­s e do presidente Donald Trump.

Os resultados financeiro­s superiores ao esperado são um estímulo para os executivos e para os assessores financeiro­s.

Embora não seja provável que a Palantir abra seu capital antes do segundo semestre deste ano, ela pode apresentar documentaç­ão confidenci­al para dar início ao processo mais cedo. Isso talvez represente uma aceleração de um cronograma que inicialmen­te parecia se estender até 2020.

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