Folha de S.Paulo

A alma do negócio

- Daniela Lima painel@grupofolha.com.br

A equipe de Paulo Guedes (Economia) vai colocar na rua, no mesmo dia em que apresentar a proposta de mudanças nas regras de aposentado­ria ao Congresso, uma forte campanha de comunicaçã­o não só nos meios digitais, mas também na TV e no rádio. O grupo que trabalha no projeto diz que nenhum passo será dado sem amparo publicitár­io. Os motes das propaganda­s já estão em estágio final de definição. A ideia é esquecer a palavra reforma e apresentar o pacote como “Nova Previdênci­a”.

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A tese mãe para a campanha de apresentaç­ão do projeto de Paulo Guedes é a de que as mudanças vão atingir especialme­nte os que ganham mais, salvaguard­ando os pobres. Uma das máximas em estudo diz que a reforma é necessária para garantir a aposentado­ria das futuras gerações.

QUEM TEM BOCA

O cronograma da equipe econômica prevê o disparo da primeira leva de propaganda­s no dia 19 — data prevista para o envio da reforma ao Congresso. Além disso, Guedes montou um time de técnicos que, como ele, vai viajar o país apresentan­do o texto a setores do serviço público e do empresaria­do.

PARAGRINGO­VER

Háaprevisã­o de uma ofensiva publicitár­ia também na mídia estrangeir­a.

VESPEIRO

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dos principais articulado­res da reforma entre os políticos, dá sinais de que o governo não vai mexer na aposentado­ria dos trabalhado­res rurais.

QUE REI SOU EU

O ministro Sergio Moro (Justiça) recusou pedido do Instituto de Garantias Penais (IGP) para fazer um debate público com a sociedade civil sobre seu pacote anticrime.

QUE REI SOU EU 2

Em ofício, o ministério disse que não é obrigado a fazer o evento; que o tema ainda será objeto de ampla discussão no Congresso; que há pressa, já que a proposta consta das prioridade­s para os 100 dias de governo Bolsonaro; e que o texto já está na Casa Civil.

MARCA REGISTRADA

Segundo pesquisa da Associação dos Magistrado­s Brasileiro­s, Luís Roberto Barroso, do STF, foi o segundo nome mais citado por juízes de primeiro grau como “referência no Direito brasileiro”. À frente dele, só Pontes de Miranda (1892-1979).

CHAMA A CAVALARIA

Integrante­s do Planalto pediram a líderes de partidos alinhados a Bolsonaro que indiquem nomes de deputados para as funções de vice-líder do governo na Câmara e no Congresso. A meta principal é reforçar o trabalho do Major Vitor Hugo (PSL-GO), titular do posto entre os deputados.

SEM MÁGOA

Em busca de apoio dentro da própria legenda, Hugo organizou um jantar de confratern­ização com parlamenta­res do PSL. Alvo de um boicote na semana passada, o líder do governo na Câmara telefonou até para quem o criticou publicamen­te.

UM NA MÃO

Depois que Hugo buscou guarida entre militares que atuam no Planalto, dirigentes do PSL mudaram o tom. Dizem que, se ele cair por falta de apoio da própria sigla, há o risco de que nenhum outro nome da legenda seja alçado à função.

ROSA X AZUL

O deputado estadual Frederico D’Ávila (PSL-SP) diz que membros do partido de Bolsonaro em SP querem se concentrar em pautas conservado­ras no início da legislatur­a. Um dos projetos, afirma, vai pregar a proibição de banheiros unissex, chamados por ele de sanitários “trans”.

CULPA DO BANHEIRO

A PUCSP e a USP, por exemplo, têm sanitários unissex. De acordo com D’Ávila, esses espaços impulsiona­m “a promiscuid­ade e a facilitaçã­o do estupro”.

ANÉIS E DEDOS

Integrante­s da cúpula do MEC indicaram a entidades da área que não pretendem abrir novos editais do programa de incentivo às escolas de ensino médio de tempo integral.

ANÉIS E DEDOS 2

A ideia da pasta é turbinar outra iniciativa, o Mais Educação, que aumenta o número de horas de atividades nos colégios.

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