Folha de S.Paulo

Produtora de fertilizan­te pode fechar fábrica em decorrênci­a de alta do gás

- | Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

Após uma alta de cerca de 33% do preço do gás para as indústrias, empresas de São Paulo começaram a traçar planos para mitigar o aumento decretado neste ano pela Arsesp (agência de saneamento e energia do estado).

A Yara, que comprou uma unidade de produção de fertilizan­tes da Vale em Cubatão por US$ 255 milhões, terá de pagar 37,6% a mais.

É o segundo aumento que a indústria enfrenta —o outro foi de cerca de 20%, no ano passado, segundo Daniel Hubner, diretor comercial da companhia.

“Com esse preço, é inviável manter a planta. Queremos tentar renegociar, mas a outra alternativ­a é fechar.”

São cerca de 2.000 funcionári­os, entre diretos e indiretos.

Há um contrato que a obriga a consumir um volume mínimo de gás, mas vence em um ano e, se não for encontrada outra solução, a fábrica para, de acordo com Hubner.

A empresa de capital norueguês investiu R$ 6 bilhões no Brasil em nove anos. O custo do gás torna difícil o diálogo com a matriz, diz ele.

Outros setores também tentam saídas. A fábrica de papel higiênico Damapel, de Guarulhos, estuda usar lenha nas caldeiras para secar o produto.

“Analisamos também mudar de estado”, diz o diretor de suprimento­s Sergio Matos.

A Abiquim, associação de indústrias químicas, tentará obter dados do contrato entre a Petrobras e a Comgás que resultou na alta do gás. “Pedimos informaçõe­s, mas a Arsesp não pode divulgar detalhes”, diz Fátima Ferreira, diretora de economia da entidade.

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