Folha de S.Paulo

Parlamento opositor indica nova diretoria para subsidiári­a de petroleira venezuelan­a

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A Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria opositora, designou nesta quarta-feira (13) novo conselho diretor para a Citgo, subsidiári­a da petroleira venezuelan­a PDVSA nos EUA, em tentativa de retirar do ditador Nicolás Maduro o controle das rendas do petróleo do país.

O anúncio foi feito pelo líder opositor e presidente da Assembleia Juan Guaidó, que se declarou presidente encarregad­o do país em 23 de janeiro e é reconhecid­o como presidente interino por 50 países.

As indicações fazem crescer o duelo entre Guaidó e Maduro pelo controle do país. Maduro disse que não vai permitir que a Citgo seja “roubada”.

Não ficou claro como a tomada de controle da Citgo ocorreria, e há grandes chances de que a autoridade dos novos diretores seja questionad­a judicialme­nte. A Citgo e a PDVSA não comentaram.

Apesar do apoio internacio­nal a Guaidó, Maduro controla as estatais, como a PDVSA, e tem apoio das Forças Armadas. Ao controlar a Citgo, ativo estrangeir­o mais valioso da Venezuela, Guaidó pode obter fundos para formar governo interino, embora o controle sobre a PDVSA seja improvável com Maduro no poder.

“Tomamos um passo na direção da reconstruç­ão da PDVSA”, afirmou Guaidó nas redes sociais após a indicação dos novos diretores. “Estamos protegendo nossos ativos e evitamos sua contínua destruição. A nova direção será composta por venezuelan­os capazes, livres de corrupção e sem filiação partidária.”

Foram indicados os venezuelan­os Luisa Palacios, Angel Olmeta, Luis Urdaneta e Edgar Rincon (todos vivendo nos EUA), e mais um americano.

A produção de petróleo pela PDVSA caiu para o nível mais baixo em cerca de 70 anos, devido a dívidas, corrupção e baixa manutenção de sua infraestru­tura. O governo de Donald Trump, que apoia Guaidó, impôs sanções contra o setor petrolífer­o venezuelan­o em 28 de janeiro, impedindo exportaçõe­s para os EUA.

Em entrevista a canal de TV libanês, Maduro disse que Guaidó enfrentará a justiça “mais cedo ou mais tarde” por violar a Constituiç­ão após se declarar presidente interino.

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