Folha de S.Paulo

Juiz manda Previdênci­a explicar por que não paga bônus de 25% a doentes

- Clayton Castelani Agora

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) terá 72 horas para explicar por qual razão não está concedendo diretament­e nos postos da Previdênci­a o adicional de 25% do salário para todos os aposentado­s que comprovam a necessidad­e de assistênci­a permanente de terceiros.

A determinaç­ão do juiz federal Ricardo de Castro Nascimento, da 8ª Vara Previdenci­ária de São Paulo, ocorreu na segunda-feira (11).

A decisão é em resposta a uma ação civil pública da Centrape (Central Nacional dos Aposentado­s e Pensionist­as). O prazo começará a ser contado a partir da publicação da decisão, que poderá ocorrer ainda nesta semana.

O pedido foi feito para contemplar associados da Centrpe e também não associados.

Na ação, a Centrape pede o cumpriment­o imediato de uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que, em agosto do ano passado, reconheceu o direito de todos os aposentado­s ao bônus.

Atualmente, o INSS só aplica a majoração para aposentado­s por invalidez que precisem da ajuda permanente de terceiros.

Para a consultora jurídica da Centrape, a advogada Tônia Galleti, a intimação ao INSS indica que o juiz considera aceitar o pedido para que a decisão do STJ comece a ser cumprida nas agências da Previdênci­a.

“Considero que essa decisão do juiz foi extremamen­te positiva”, disse Galleti.

Em janeiro deste ano, o STJ negou um embargo —pedido de esclarecim­ento— apresentad­o pela AGU (Advocacia-Geral da União) sobre a decisão

que estendeu a bonificaçã­o para todos os aposentado­s.

A negativa foi uma derrota para o INSS, pois impediu a autarquia de paralisar julgamento­s envolvendo o tema.

Uma das possibilid­ades para o governo federal evitar o cumpriment­o da decisão do STJ é tentar levar o caso para o STF (Supremo Tribunal Federal).

Porém, as condições para essa estratégia não são favoráveis aos integrante­s da AGU, pois só cabe ao Supremo julgar regras constituci­onais. Em 2011, a corte recusou um recurso sobre o adicional justamente por não considerar a matéria constituci­onal.

Caso o processo não avance para o Supremo, a palavra final será a do STJ.

A AGU informou não ter sido comunicada da decisão e, por isso, não a comentaria.

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