‘Instalem cortinas’ sugere juiz a vizinhos do museu Tate Modern
Além das exposições de arte, há alguns anos os visitantes do museu Tate Modern, em Londres, também podem contemplar um cenário menos comum: apartamentos do outro lado da rua.
Para irritação dos moradores, a plataforma panorâmica do 10º andar oferece vista privilegiada para as unidades de luxo com largas janelas dos edifícios vizinhos.
Em 2017, residentes de quatro desses apartamentos recorreram à Justiça para exigir que a galeria fechasse aquela parte da plataforma ou, no mínimo, instalasse telas de bloqueio, relatando a violação “incessante” de sua privacidade.
Mas, na terça (12), a Alta Corte do Reino Unido decidiu contra eles. “São imóveis impressionantes, e sem dúvida desfrutar de uma vista envidraçada tão extensa oferece grandes vantagens”, afirmou o juiz Anthony Mann em sua decisão. “Mas esse efeito tem custo em termos de privacidade.”
Os moradores tinham várias opções para contornar o problema, segundo Mann. “Eles podem baixar suas persianas”, escreveu o juiz, ou “ins- talar cortinas”.
O caso atraiu grande interesse, especialmente em Londres, onde a alta dos preços de imóveis tem reduzido o acesso à moradia.
Em novembro, o artista Max Siedentopf amarrou 10 binóculos à plataforma em uma “instalação” não autorizada que ele intitulou “por favor, respeitem a privacidade de nossos vizinhos” —a mesma mensagem exibida nas placas do local.
A galeria rapidamente removeu os binóculos.