Folha de S.Paulo

‘Instalem cortinas’ sugere juiz a vizinhos do museu Tate Modern

- Alex Marshall

Além das exposições de arte, há alguns anos os visitantes do museu Tate Modern, em Londres, também podem contemplar um cenário menos comum: apartament­os do outro lado da rua.

Para irritação dos moradores, a plataforma panorâmica do 10º andar oferece vista privilegia­da para as unidades de luxo com largas janelas dos edifícios vizinhos.

Em 2017, residentes de quatro desses apartament­os recorreram à Justiça para exigir que a galeria fechasse aquela parte da plataforma ou, no mínimo, instalasse telas de bloqueio, relatando a violação “incessante” de sua privacidad­e.

Mas, na terça (12), a Alta Corte do Reino Unido decidiu contra eles. “São imóveis impression­antes, e sem dúvida desfrutar de uma vista envidraçad­a tão extensa oferece grandes vantagens”, afirmou o juiz Anthony Mann em sua decisão. “Mas esse efeito tem custo em termos de privacidad­e.”

Os moradores tinham várias opções para contornar o problema, segundo Mann. “Eles podem baixar suas persianas”, escreveu o juiz, ou “ins- talar cortinas”.

O caso atraiu grande interesse, especialme­nte em Londres, onde a alta dos preços de imóveis tem reduzido o acesso à moradia.

Em novembro, o artista Max Siedentopf amarrou 10 binóculos à plataforma em uma “instalação” não autorizada que ele intitulou “por favor, respeitem a privacidad­e de nossos vizinhos” —a mesma mensagem exibida nas placas do local.

A galeria rapidament­e removeu os binóculos.

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Max Siedentopf/New York Times Binóculos de obra não autorizada do artista Max Siedentopf; eles foram retirados pelo museu

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