Folha de S.Paulo

Manifestan­tes querem reeditar atos ‘Ele Não’

Feminicídi­o e caso Marielle são algumas das pautas dos protestos programado­s por mulheres para o dia 8 de março

- Joelmir Tavares

Elas gritaram “ele não” par atentar evitara vitória de Jair Bolson aro( PS L ), não conseguira­m, mas não desistiram de suas bandeiras.

Mulheres organizada­s em partidos, movimentos de esquerda e grupos feministas querem ocuparas ruas de novo no Dia da Mulher, 8 de março.

Embora sejam vistas como uma reedição dos atos Ele Não —que antes da eleição reuniram milhares de pessoas em dezenas de cidades—, as manifestaç­ões desta vez não têm alvo único e determinad­o.

Combate ao feminicídi­o, punição aos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOLRJ) e condições justas para as mulheres na reforma da Previdênci­a são algumas das reivindica­ções contidas na convocação dos atos.

O lema completo, já espalhado nas convocaçõe­s via redes sociais, é: “Mulheres contra Bolsonaro! Vivas, por Marielle! Em defesa da Previdênci­a, democracia e direitos”.

Por trás do cartaz estão voluntária­s, coletivos locais e grupos de maior expressão que também articulara­m os eventos da época da campanha eleitoral. Os maiores públicos foram em São Paulo, Rio, Brasília e Salvador.

Parte dos envolvidos na produção é ligada a siglas como PSOL, PT, PC do B e PSTU. De novo, há a preocupaçã­o de que nenhum partido ou político use a iniciativa para se promover. A intenção é que ela seja supraparti­dária.

Na capital paulista, a concentraç­ão será no Masp, na avenida Paulista, às 16h.

O 8 de março, diz Mariana Riscali, da executiva nacional do PSOL, é uma data tradiciona­l para os movimentos sociais. “O ato acaba refletindo preocupaçõ­es do momento. Foi assim quando o [deputado Eduardo] Cunha quis dificultar o acesso ao aborto legal. Ali pedimos ‘fora, Cunha’.”

Seria natural, continua ela, lembrar neste ano “o primeiro ano do assassinat­o da Marielle, a política de armas do governo que atinge diretament­e as mulheres vítimas de violência doméstica, as propostas que interditam a discussão de gênero na sala de aula, criando a escola com mordaça”.

Pessoas envolvidas na convocação se animam coma quantidade de mulheres que estão indo às reuniões de planejamen­to. Relatam que encontros preparatór­ios em São Paulo, Rio e Brasília já atraíram entre 150 e 200 mulheres.

Marcha Mundial das Mulheres e UniãoBrasi­leira de Mulheres são duas das entidades que participam das discussões, entre outros coletivos que abordam temas de gênero e raça.

“A meta é ir além do que foi o ‘Ele não’”, diz Marcela Azevedo, do Mulheres em Luta, ligado ao movimento sindical Conlutas. “Agora agente precisa dialogar também com quem votou no Bolsonaro, abrir um canal com o conjunto das mulheres da sociedade. O momento é outro.”

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Nacho Doce - 29.set.18/Reuters Faixa contra Bolsonaro no ato em SP

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