Folha de S.Paulo

Ex-executivos da Gafisa criticam CVM por inação durante comando de gestora

- Maria Cristina Frias cristina.frias1@grupofolha.com.br

A atuação da CVM (Comissão de Valores Mobiliário­s) é um dos pontos mais criticados por executivos que trabalhava­m na Gafisa antes de serem demitidos pela gestora GWI, que assumiu o comando da companhia em setembro de 2018.

O período à frente da incorporad­ora acabou na última quinta (15), menos de seis meses após promover mudanças radicais no comando.

Presidida pelo sul-coreano Mu Hak You, a empresa de investimen­tos vendeu cerca de 33% de suas ações e voltou a ser minoritári­a. Os compradore­s ainda não foram anunciados.

Além de desaprovar o comportame­nto e as decisões do acionista, ex-executivos dizem que o órgão regulador deveria ter agido mais intensamen­te.

Um exemplo citado é o programa de recompra de ações promovido pela companhia logo após a entrada da GWI, quando pagamentos para fornecedor­es foram atrasados e a Gafisa estava alavancada.

Um ex-diretor critica a ina- ção durante a votação que destituiu a administra­ção antiga, quando o presidente do conselho foi impedido de comandar a assembleia por uma liminar.

O mais usual, porém, é que o órgão exerça uma função punitiva, segundo Viviane Prado, professora da FGV Direito SP.

“Meu entendimen­to é que não cabe ao regulador entrar no mérito de decisões da gestão. É difícil imaginar que se acompanhe todas as empresas para verificar se a diligência foi cumprida. E seria um juízo muito preliminar e breve.”

A CVM diz, em nota, que há ao menos dois processos em andamento sobre a Gafisa, um deles especifica­mente sobre o programa de recompra de ações. Procuradas, Gafisa e GWI não comentaram.

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