Folha de S.Paulo

Engajada, jornalista gostava de compartilh­ar o bem

DEBORAH CRISTINA COSTA (1975-2019)

- Ricardo Hiar

Na adolescênc­ia, a joseense Deborah Cristina Costa sonhava em ser médica. Ela dizia que queria salvar vidas com seu trabalho, mas devido as dificuldad­es de ingresso no curso, acabou mudando a escolha e estudou jornalismo. “Ela se encantou com o curso, achou tudo maravilho e se identifico­u já nos primeiros dias”, lembra o pai, Dinho.

Nãoà toa a jovem se empenhou desdece dopara ingressar no mercado. A indana fa- culdade viveu uma experiênci­a marcante. Após uma viagem para Cuba, escreveu uma reportagem sobre a juventude cubana e as opções de lazer na vida noturna. Conseguiu que o material fosse publicado no caderno Folhateen, da Folha, onde veio a trabalhar tempos depois, na sucursal do Vale do Paraíba.

Dona de um sorriso largo e um olhar marcante —herdou os olhos verdes dos avós—, ela tinha firmeza nas palavras e nas ações. Fazia questão de manter sua identidade, a começar pela pronúncia do nome que às vezes gerava con- fusão. “Meu nome é DeboRAH”, dizia, indicando que a sílaba tônica era a última do nome de origem francesa.

Foi no jornalismo que ela conheceu o marido Carlos Eduardo, seu companheir­o por uma década. Ao lado dele, adotou quatro gatos e dois cachorros. Muito ligada à família, ela se esforçava para ver todos bem.

Deborah teve um câncer em 2017 e comemorou a cura após um intenso tratamento. Ela queria abrir uma ONG para apoiar pacientes da doença, mas morreu no dia 11 de fevereiro, aos 42 anos, semanas após descobrir metástase. Ela usou as redes sociais para compartilh­ar otimismo e influencia­r positivame­nte as pessoas até o fim. Deixa os pais, o irmão e o marido.

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